Em entrevista para o canal francês de YouTube Loud TV, Anders Fridén, vocalista do In Flames, falou sobre as mudanças do mundo após dois anos de pandemia. O frontman da banda sueca não escondeu sua frustração quanto ao que esperava da sociedade em termos de mudança de comportamento das pessoas mediante a esse período tão terrível que tivemos que enfrentar. “É um lugar assustador em que vivemos. O que eu esperava, após a pandemia – a pausa que todos nós tivemos -, é que sairíamos e seríamos mais legais e mostraríamos mais respeito e amor entre as pessoas, entre nações e coisas assim, porém parece que (o mundo) está mais hostil do que nunca”.
A decepção de Fridén ganhou ainda mais proporção, mediante a guerra estúpida promovida pela Rússia contra a Ucrânia. “Agora temos uma guerra aqui (na Europa), que já dura algum tempo. Não entendo a forma como nos tratamos. E a linguagem que está acontecendo online, com mídias sociais e outras coisas. Estamos apontando dedos para a esquerda e para a direita. Não há mais um debate. Se eu não concordo com você, então eu te odeio, o que é muito estranho. Fico, tipo, ‘o que é isso?’. Não há mais ‘concordo em discordar’ – (o mundo) está apenas cheio de raiva e, como eu disse, dedos (sendo) apontados. E ‘você está errado’ e ‘vocês são errados’, e um monte de opiniões a torto e a direito. Tratamos as opiniões como se fossem fatos, o que não são”, esbravejou.
Fridén continuou: “Quero dizer, temos que ter esperança – não podemos simplesmente desistir -, mas temos que começar a conversar um com o outro em um bom nível e ser mais legais e gentis um com o outro”, disse o sensato cantor.
Quanto ao próprio In Flames, no mês passado Fridén falou ao Metalshop TV, da República Tcheca, sobre as críticas que sua banda vem enfrentando ao longo dos anos por mudar musicalmente de estilo. “Estou nessa banda desde o final de ’95. Meu primeiro álbum foi o Jester Race. Quando lançamos Whoracle, algumas pessoas diziam, ‘Não soa como The Jester Race. E então quando surgiu Colony, as pessoas disseram ‘Não soa como o Whoracle‘. Daí então fizemos Clayman e as pessoas disseram, ‘Não soa como…’. Então, tem sido assim o tempo todo. E estou feliz que podemos lançar álbuns que são desafiadores para as pessoas, que elas não sabem onde colocá-los, mas com o tempo será um álbum clássico do In Flames. E acho que este novo (álbum) aí vai surpreender as pessoas, mas daqui a 10 anos elas vão dizer que é o favorito delas. Então isso muda”.
Fridén concluiu, dizendo: “Cada álbum é importante para nós. Todos os álbuns nos levaram até onde estamos hoje. Então, se você tirar um deles, não soaremos os mesmos hoje. Mas sim, as pessoas têm opiniões. Tudo bem. Isso é música, é uma questão de gosto. E não podemos ter todos o mesmo gosto; isso seria extremamente chato. E é legal. Eu gosto disso.”
No próximo ano, especificamente no dia 10/02/2023, o In Flames lançará seu 14° álbum de estúdio, Foregone, via Nuclear Blast.
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