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ANONYMOUS HATE

O Anonymous Hate, talvez a maior banda extrema do estado do Amapá atualmente, soltou, em três anos, três registros calcados na brutalidade do Death Metal/Grindcore. O último, o EP Red Khmer, foi lançado recentemente e conta com inéditas e covers poderosos. Em entrevista à ROADIE CREW, o guitarrista Fabrício Góes e o baterista Alberto Martínez deram mais detalhes sobre o material e deixaram claro que a música do grupo é levada muito a sério, provando que, no que depender deles, o Amapá não sai mais do mapa do underground nacional.

Para que o pessoal os conheça melhor: poderiam contar um breve histórico sobre a banda?
Fabrício Góes:
Montamos a banda no fim de 2007 e, já pegando pesado nas composições, em 2010 lançamos nossa demo, Worldead, que rendeu bons comentários no underground. Em 2011, veio nosso ‘debut’ intitulado ‘Chaotic World’ e, após mudança na formação – saída de Carlos Haussler e entrada de Victor Figueiredo – reformulamos a banda e lançamos o EP ‘Red Khmer’ no início deste ano. Hoje a banda está estabilizada com Victor Figueiredo (vocal), Heliton Coêlho (guitara), Fabrício Góes (guitara), Romeu Monteiro (baixo) e Alberto Martínez (bateria).

Como já falou, vocês acabam de soltar o EP “Red Khmer”, com quatro faixas inéditas, sendo uma intro, e três covers (na realidade, quatro, já que emendaram dois do Ratos de Porão). O que podem falar sobre o novo material e como foi a escolha dos covers?
Fabrício:
Esse EP foi feito para mostrar como a banda está atualmente com a nova formação. ‘Red Khmer’ está nos abrindo muitas portas, tendo uma ótima aceitação e críticas super positivas na mídia especializada. A escolha foi feita de modo natural: são bandas que gostamos e escutamos (N.R.: ele se refere ao Terrorizer e ao Obituary). Daí foi bem legal colocar a nossa cara nesses sons.

Por que acrescentaram o “V.666” no título de “Dead Shall Rise”, cover do Terrorizer?
Alberto Martínez:
A música foi feita pelo Terrorizer em 89, depois fizeram uma nova versão em 2006, o que explica o acréscimo de “V.06” no seu título. Já em nossa versão, pensávamos em fazer algo um pouco mais brutal, daí pusemos “V.666” no título.

Ainda sobre os três covers, vocês os deixaram mais brutais do que as versões originais. Já tiveram contato com Terrorizer, Obituary ou Ratos de Porão, para saber o que acharam do resultado?
Alberto:
Ainda não sabemos se o Terrorizer e o Obituary têm conhecimento de nossas versões, mas em uma manhã de quarta feira, ao entrar no Facebook, vimos uma foto postada no perfil oficial do Ratos de Porão, com João Gordo segurando o “Red Khmer” e postando comentários positivos a respeito do EP.

Os vocais de Victor Figueiredo são mais extremos do que os de Carlos Haussler, que gravou o álbum “Chaotic World”. Como vocês comparariam os dois estilos de voz?
Alberto:
São estilos bem distintos, o que ocasionou uma mudança severa na cara da banda. Porém, acreditamos que a voz de Victor Figueiredo se encaixa na proposta que a Anonymous Hate oferece.

Red Khmer saiu por quatro selos parceiros. Na opinião de vocês, isso é mais ou menos vantajoso para uma banda?
Fabrício:
Toda ajuda é sempre muito bem vinda. É muito válido para uma banda ver que tem pessoas acreditando no seu trabalho e querendo ajudar no lançamento de cada CD. A Malignant-Art Distro e a Lab 6 Music são selos que apostam na Anonymous Hate desde ‘Chaotic World’ e isso nos deixa muito honrados.

Em três anos, vocês lançaram os três registros já mencionados. Como conseguem manter esse alto ritmo de produtividade?
Alberto:
Mesmo sendo difícil manter-se por meio da música, encaramos com muita seriedade as atividades relativas à Anonymous Hate. As coisas não se realizam por si mesmas se não nos empenharmos.

E já que estão nesse ritmo, já existem planos para um próximo registro ou um videoclipe?
Alberto:
Com certeza, já há composições prontas para o próximo disco. Pretendemos entrar em estúdio o quanto antes, assim como um videoclipe oficial.

Como avaliam os três trabalhos lançados até agora?
Alberto:
Do ponto de vista cronológico, vemos como um aprimoramento gradativo constante. E esperamos que continue sempre assim.

Dentro disso, os três parecem estar ligados fortemente entre si. Um exemplo é a arte gráfica feita por Rogério Araújo, com um estilo bem próximo nos registros. É intencional essa proposta?
Alberto Martínez:
Sim, Rogério Araújo (NOMED arts) é o designer gráfico que nos acompanha desde o início. Assim como ele apóia nosso trabalho, divulgamos o dele, somos todos amigos.

Momento “lavação de roupa suja”: nos encartes do CD e do EP, vocês mandam um recado bem “carinhoso” para o senhor Warlleson Paulo da Silva, da Dark New Ages Prods. Poderiam contar o que houve?
Fabrício:
Esse cara é um pilantra que deu cano em muita gente honesta que batalha no underground… Nós havíamos fechado com o selo dele para lançar nosso ‘debut’ e o cara simplesmente sumiu do mapa com nossa grana.

Agradeço a entrevista, pessoal. Hora dos recados finais.
Fabrício e Alberto:
Valeu pelo espaço que nos foi dado. Agradecemos todos que apóiam a Anonymous Hate nessa batalha. Também gostaríamos de dizer que temos orgulho de sermos do Amapá e, doa a quem doer, levantamos a bandeira do Norte para que todo o Brasil conheça o forte trabalho feito por aqui, apesar de tantas dificuldades.

 

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