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BRITISH LION – 9 de novembro de 2018

Dois dias depois, Black Star Riders, Alice in Chains e Judas Priest tocariam na cidade. Na semana seguinte, seria a vez de Kreator e Arch Enemy. Com uma agenda assim, qual era a aposta para o show do British Lion no Rio de Janeiro? A banda não caiu no gosto dos fãs do Iron Maiden, então apenas a presença de Steve Harris seria forte o suficiente para encher o Circo Voador? A resposta parecia óbvia: um público tão reduzido que fez com que o acesso às arquibancadas fosse fechado, afinal, era necessário juntar na pista todos os que se aventuraram na Lapa naquela noite de sexta-feira. Para ficar menos feio, mesmo.

Tudo bem. Vale lembrar que o Rio não apenas vive uma crise econômica acima da média nacional, como também vem se tornando um cemitério para shows de heavy metal, mas ainda assim era a oportunidade de ver Steve Harris bem mais de perto do que o usual. E foi o que valeu a pena, apesar de a banda – completada por Richard Taylor (vocal), Grahame Leslie e David Hawkins (guitarras) e Simon Dawson (bateria) – fazer valer a máxima do “quem sabe faz ao vivo”. Lançado em 2012, o homônimo álbum de estreia serve para pegar poeira na estante de nove entre dez fãs que o compraram, mas o show foi divertido.

A abertura foi com a dobradinha inicial de British Lion, e enquanto This is My God colocou os fãs para cantar o refrão, até porque a música ganhou videoclipe à época, Lost Worlds escancarou o grande problema do quinteto: o instrumental pode até ser legal, mas quando começa a melodia vocal… Para completar, o gogó do esforçado Taylor não ajuda muito. Com um set 100% autoral, o grupo aproveitou a primeira vez em solo brasileiro para mostrar material novo – apenas duas (Karma Killer e The Lesson) das dez faixas do ‘début’ ficaram fora, diga-se.

Não que importasse tocar o que ninguém conhecia, pois as atenções estavam voltadas para Harris, que fez a plateia a pular, bater palmas e cantar o corinho de Father Lucifer; e também comandou os gritos dos fãs durante a paradinha em The Burning. E o efeito foi o mesmo em Spit Fire, novo single que já tem clipe no YouTube e, muito em parte por causa de sua introdução lenta e dedilhada, bem poderia ser uma música da Donzela de Ferro. Curiosamente, aliás, o British Lion alcança melhores resultados quando foge do hard ‘n’ heavy calcado nos anos 70 que se propõe a fazer. Foi o que aconteceu com The Chosen Ones e These Are the Hands, que possuem um acento do pop britânico e confirmaram ao vivo o status de duas das três melhores canções de British Lion.

Deu para empolgar, o que não aconteceu com as novas Bible Black e Guineas and Crowns, principalmente a primeira, com um início instrumental desnecessariamente longo (uma síndrome do Iron Maiden que parece estar pegando o British Lion) e a performance irregular de Taylor. Outra recém-saída do forno, Last Chance renovou a esperança com um corinho que funcionou bem no começo e um refrão bem legal, o suficiente para fazer os fãs gritarem o nome da banda ao fim, o que se estendeu para Us Against the World, esta mais familiar ao público.

Mais uma nova, Lighting, e outra antiga, Judas, foram apenas mais do mesmo até Taylor apresentar os inquietos Leslie e Hawkins e o seguro Dawson, ser apresentado por Leslie e proferir corretamente um “por último, mas não menos importante, o chefão!”. Ovacionado pelos presentes – que soaram como uma multidão que havia lotado a casa –, Harris agradeceu com um sincero sorriso no rosto e fazendo o ‘Hammers’, gesto com os braços cruzados utilizado por jogadores e torcedores do West Ham, seu time de coração – claro, a correia do baixo também era a tradicional do clube inglês.

“Essa foi a última música”, havia dito Taylor, para depois enaltecer os fãs. “Mas nós vamos ficar.” Quebrando o protocolo do bis, o quinteto continuou no palco para as duas últimas canções do set. Let it Roll, do UFO, deu lugar a A World Without Heaven, mas foi interessante ver que aquele que poderia ter sido o melhor momento da noite – o cover de uma das bandas favoritas de Harris, fã de carteirinha de Pete Way – acabou se tornando realmente um dos melhores momentos da noite. Porque A World Without Heaven, que tem uma ótima seção instrumental, acabou tendo a melhor recepção entre todas.

A bem da verdade, foi todo o bis. Porque Eyes of the Young pegou carona na empolgação, colocou todo mundo para soltar a voz no coro e fechou a trinca das melhores faixas do primeiro disco, justamente as que possuem uma inclinação para o pop inglês. No fim, os novos gritos do nome da banda fizeram justiça a uma apresentação honesta e, principalmente, à imagem de Harris, que continua deixando os fãs com brilho nos olhos com sua inigualável presença de palco, cantando todas as letras e fazendo aquela que é uma das poses emblemáticas do heavy metal: o pé no retorno com o baixo apontado para o público. Testemunhar essa imagem bem de perto… Só isso já valeu a noite.

British Lion

Setlist
1. This is My God
2. Lost Worlds
3. Father Lucifer
4. The Burning
5. Spit Fire
6. The Chosen Ones
7. These Are the Hands
8. Bible Black
9. Guineas and Crowns
10. Last Chance
11. Us Against the World
12. Lighting
13. Judas
14. A World Without Heaven
15. Eyes of the Young

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