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CIRCA

Formada pelo multi-instrumentista Billy Sherwood (ex-Yes, guitarra, baixo e voz), Tony Kaye (ex-Yes, teclados), Scott Connor (bateria) e Ricky Tierney (baixo), a banda Circa desembarca no Brasil no mês de julho para três shows. O Circa se apresenta dia 12 de julho em São Paulo, dia 13 em Votorantin e 17 no Rio de Janeiro. Antes de carimbar o passaporte, Billy Sherwood falou sobre o Rock Progressivo, sobre suas inspirações para compor e ainda revelou que Tom Jobim, a quem considera “um tesouro nacional brasileiro”, é uma de suas grandes influências.

O Circa é uma banda de Rock Progressivo. Você gosta desse rótulo para sua música?
Billy Sherwood:
Sabe, eu não me importo. As pessoas se sentem confortáveis em categorizar as coisas, para colocarem em seus iPods. Mas para mim, é só música e eu adoro a forma experimental da música progressiva e se no fim das contas for isso o que eu faço. As pessoas gostam, então tudo bem. Não me importo.

O Rock Progressivo tem fãs bastante fiéis ao redor do planeta, mas não está exatamente ‘na moda’. O público diminuiu nos últimos anos/décadas?
Billy Sherwood: Bom, parece que nos últimos tempos tem acontecido certo burburinho com o rock progressivo. Talvez seja porque depois de tantos anos de música pop e coisas sendo feitas através de máquinas e ‘samples’ de bateria, muita gente está curtindo mais ver pessoas tocando de verdade. Que é o que fazemos, somos pessoas tocando. Talvez tenha algo a ver com isso de voltar às raízes dos instrumentos sendo tocados de verdade.

Quem é o público do progressivo e do Circa hoje em dia?
Billy Sherwood: Na verdade estamos indo muito bem, com o quarto disco agora, e embora não estejamos em nenhuma gravadora grande, o fizemos independentemente, o que é legal. E temos fãs muito fiéis, pessoas que seguem a banda e nos apoiam no mundo todo. As coisas podem ser um pouco diferentes, mas ao mesmo tempo quando se tem os fãs, as cosias acontecem. Como você vê, estamos indo tocar no Brasil e isso é muito empolgante para a banda e temos muitos fãs fiéis aí. Então, estamos muito felizes com a forma que as coisas estão acontecendo e continuaremos fazendo mais música.

“And So On”, o mais recente disco do Circa, é cheio de passagens etéreas e arranjos complexos, mas não deixa de lado o Rock, com algumas guitarras pesadas. E embora sejam complexas e técnicas, as canções do Circa também trazem muito sentimento. Como funciona o processo de composição do Circa para atingir esse equilíbrio?
Billy Sherwood: Eu sou fã de músicas muito complexas. Mas também sou fã de músicas muito simples, como folk e coisas simples que são tocadas muito bem. Então eu sempre tento balancear isso nas músicas em que estou trabalhando. Tento equilibrar a dinâmica entre o duro e o suave, e é isso que te permite sentir as emoções: você pode ouvir os elementos furiosos do Rock‘n’Roll e elementos mais delicados, como nos vocais juntos com o teclado somente. Então, a composição é meio que projetada dessa forma. Geralmente eu escrevo um monte de coisas e todos se juntam com ideias, mas realmente quem escreve mais é o Tony e eu.

Qual é a participação dos outros integrantes (Scott Connor, bateria e Ricky Tierney, baixo) no processo de composição do Circa?
Billy Sherwood: É, eles não participam muito na parte de composição. Eles vão pegando a ideia e como eu disse, Tony e eu criamos. Como você pode perceber na história do Circa, já entraram e saíram alguns integrantes, mas a composição mesmo sempre ficou para Tony e eu.

O que serve de inspiração para compor música? Qualquer tema ou experiência pode ser transformado em música?
Billy Sherwood: Sim, eu adoro escrever música, no meu estúdio e na minha casa, e qualquer coisa me impulsiona a escrever algo, mesmo se eu não tiver intenção alguma em fazer uma música. Pegar uma experiência da minha vida pessoal ou algo que tenha visto e transformar em emoções é algo bastante terapêutico, de alguma forma. Então me inspiro em muitas coisas.

Você prefere estar no estúdio ou na estrada? O que você mais aprecia na carreira musical?
Billy Sherwood: Eu gosto de ambos e eu não tenho feito turnês em algum tempo. Viajei muito com o Yes, toquei com o Yoso e o Circa também. Então tem aquela parte que eu adoro, mas estar no estúdio sem ter nada e poder criar algo é bem especial. Eu realmente curto fazer as duas coisas. No estúdio é algo mais egoísta, fico lá sozinho e sem receber opiniões de outras pessoas sobre o que eu estou fazendo e simplesmente faço o meu trabalho. Mas ao vivo, você tem a real reação do público. Se algo funciona ou não, a resposta é bem rápida. E há algo nesse teor arriscado, que existe nas apresentações ao vivo, que eu gosto e acho desafiador e divertido ao mesmo tempo.

Você ainda fica nervoso antes de subir ao palco?
Billy Sherwood: Na verdade eu não fico nervoso, apesar de animado em tocar, mas eu nunca fiquei nervoso no palco, não sou de ficar assim. Deve ser porque meus pais eram artistas e me levavam para o palco desde que eu tinha cinco anos, querendo ou não (risos). Me livrei do medo cedo.

Você já esteve no Brasil anteriormente, o que conhece sobre o País e sobre a música brasileira?
Billy Sherwood: Na verdade, uma das minhas maiores influências é o Tom Jobim, que é obviamente um tesouro nacional brasileiro. Ouço sua música o tempo todo. Embora eu não fale português nem entenda o que dizem as letras, só de ouvir a Elis Regina as cantando é tudo que preciso. Então com certeza ele me inspira muito. E todas as vezes que já fui ao Brasil sempre foi incrível, as pessoas foram sempre tão gentis e calorosas… É uma sensação ótima. E a última vez que estive aí, fomos convidados a tocar para 5 mil pessoas meu material solo com acompanhamento de orquestra. Foi tão caloroso! Eu amo o Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo e Sorocaba, entre outros lugares. Cada um deles é único e lindo, e eu adoro aí, por isso estou animado para voltar.

Quais as expectativas para esses novos shows no Brasil, desta vez com o Circa?
Billy Sherwood: Estou muito empolgado e acho que quem comparecer aos shows, vai ter um ótimo momento. É um grande show, com duas horas de duração com músicas do Circa, mas também algumas do Yes, mas não vou falar muito sobre isso para manter o segredo! No geral, acho que se formos bem, temos chances de voltar em breve. Faz um tempão que estou querendo levar o Circa aí, então estou muito feliz por estar realizando isso.

Formação:
– Billy Sherwood (ex-Yes, voz e guitarra)
– Tony Kaye (ex-Yes, teclados)
– Scott Connor (bateria)
– Ricky Tierney (baixo)

Discografia:
– Circa 2007 (2007)
– Circa HQ (2009)
– Overflow (2009)
– And So On (2011)

SERVIÇO – Show CIRCA

SÃO PAULO
Local: Bourbon Street Music Club
Data: 12 de julho de 2012 (quinta-feira)
Horário: 23h
Endereço: Rua dos Chanés, 127 – Moema – São Paulo/SP
Informações: 11 5095-6100 / www.bourbonstreet.com.br

RIO DE JANEIRO
Local: Teatro Rival Petrobras
Data: 17 de julho de 2012 (terça-feira)
Horário: 19h30
Endereço: Rua Álvaro Alvim, 33 / 37 – subsolo – Cinelândia – Rio de Janeiro/RJ
Informações: 21 2240-4469 / www.rivalpetrobras.com.br

Realização: Jelly Produções e Rock Online
Apoio: Made in Brazil e EM&T – Escola de Música e Tecnologia

 

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