Triste notícia no campus do Helix. Baterista da banda nos últimos 41 anos (descontando o intervalo entre os anos de 1996 a 2009), faleceu nesta sexta-feira (16) o baterista Greg “Fritz” Hinz, aos 68 anos. A notícia foi informada pelo vocalista Brian Vollmer, que postou uma longa mensagem em seu Facebook. Confira a integra abaixo:
“Greg “Frits” Hinz: 23 de janeiro de 1956 – 16 de fevereiro de 2024. Descanse em paz.
É com o coração pesado que devo anunciar o falecimento de Greg “Fritz” Hinz, baterista do Helix desde 1983, após uma luta de 10 meses contra o câncer.
Em uma data futura, haverá um serviço memorial. Traci (companheira de fato de Fritz) não dorme há seis meses, então vou dar à ela alguns dias. Ela foi um anjo durante todo esse sofrimento. Não sei o que Fritz teria feito sem ela. Neste momento, estou respeitando os desejos dela.
Isso não está sujeito a debate. Ela cuidou de Fritz desde que ele descobriu que tinha câncer em abril passado. Ela tem o direito de fazer o que quiser, quando quiser.
Por favor, não entre em contato com a Traci – dêem espaço à ela e deixem que ela se recupere. Quando ela quiser falar com todos, ela o fará.
Fritz era como um irmão para mim, Brent, Kenny, e muitas outras pessoas que trabalharam para a banda. A Traci me pediu para escrever algo para postar. Eu poderia falar por horas sobre o cara, mas neste momento estou arrasado, assim como os outros caras da banda. Soubemos disso desde abril passado, mas não pudemos contar a ninguém, a pedido do Fritz. Ele queria privacidade durante esse período. Ele era um cara orgulhoso e durão. Quando ele caiu da escada há alguns anos e quase morreu, pensei que fosse o fim ali.
Fritz surpreendeu a todos ao voltar menos de 8 meses depois para shows em Vancouver e Calgary em um único fim de semana. Isso significou muita condução e voos – algo extremamente ruim para alguém que sofreu uma concussão grave. Ele tocou muito bem naquele fim de semana e não reclamou. Muitos meses depois, ele me contou que no final do show em Vancouver no Hard Rock (Cafe), quase se levantou e caiu para frente através da bateria porque estava com vertigens muito fortes.
Como eu disse, “Um cara durão”.
Conheci Fritz lá atrás, por volta do final dos anos 70, quando ele tocava na banda de hard rock baseada em Cambridge, Starchild Nós costumávamos rir do fato de que a grande participação de Fritz no álbum do Starchild, Children of the Stars, estava na música Johnny Groover.
A linha na música era: “…aqui vem Johnny Groover em seu Corvette – ele tem que molhar isso…”. E o Fritz então acrescentava um som de esguicho: Pht-t-t-t-t-h!.
Fritz era o cara mais engraçado que você gostaria de conhecer. Poderíamos estar nas situações mais sérias e ele conseguia dizer algo que fazia todos rirem. Ele tinha esse tipo de personalidade que todos queriam estar por perto. Além disso, havia a sua habilidade de atrair um grande número de mulheres nos nossos shows. Fritz era o David Lee Roth do Helix. A pergunta mais frequente feita por garotas do lado de fora dos ônibus na turnê do Quiet Riot/Whitesnake em 1984 era: “Você sabe onde está o seu baterista?”
Como resultado, Fritz frequentemente se encontrava em “filmes”, como ele os chamava. Isso significava que um de seus relacionamentos tinha desandado e estava se transformando em um drama. A coisa engraçada era que, não importava o quanto ele conseguisse irritar a garota, elas sempre o perdoavam, voltavam e o presenteavam.
Fritz era o baterista de rock por excelência: era sua arte. Ele se orgulhava de sua habilidade de tocar, e com razão. Tinha um estilo único. Confira a ponte para o refrão em Heavy Metal Love (confira abaixo). Um lick tão simples, tocado fora do tempo, mas Fritz aprendeu isso tocando seu primeiro instrumento – o acordeão – em uma banda de “oom-pah-pah”.
Nos próximos dias, estarei postando fotos (como tenho certeza de que centenas de outras pessoas também farão), alguns vídeos e até mesmo um Super 8. Aqui está a primeira leva de coisas que encontrei. Há tanto material. Fritz entrou na banda em 1983. Isso significa que ele esteve na banda por mais de 40 anos, com exceção do período em que se mudou para a Flórida por alguns anos. O mundo perdeu um de seus GRANDES bateristas de rock.
Como eu estava dizendo para Jamie hoje no telefone:
“O público não tem ideia dos sacrifícios que os músicos fazem pela sua arte. Você pensa na indústria da música como um trabalho relativamente de baixo impacto. Na realidade, você abre mão da sua vida pessoal, da sua vida financeira, de qualquer tipo de regularidade na sua vida, e… sem mencionar as cicatrizes físicas. Ainda não conheci um baterista que não tenha rompido seu manguito rotador. Caras com guitarras e baixos, a mesma coisa. Já ficamos em quartos gelados, nos mais quentes, passamos sem dormir e ganhamos dinheiro nada bom. Tudo por essa coisa chamada ‘fazer música’.
Fritz definitivamente fez isso. Ele amava suas baquetas, amava tocar bateria e se apresentar. Ele se orgulhava muito de tudo o que fazia. Vou sentir muito a falta dele.
Meu coração está se partindo agora. Preciso ir.”
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