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FATES WARNING

Se você não foi, sinto informar que perdeu o show do ano no Rio de Janeiro. Claro, o último trimestre de 2014 vem aí, mas… Você perdeu o show do ano. E a julgar pelo pequeno público presente ao Teatro Rival naquela noite de sexta-feira, muito gente tem o que lamentar. Cerca de (apenas) 200 pessoas prestigiaram o segundo dia da Overload Music Fest, com Swallow The Sun e Fates Warning – basicamente, metade da plateia que encheu a casa no dia anterior para assistir a God Is An Astronaut (Irlanda) e Alcest (França). Sim, número abaixo do que vem sendo uma constante nos eventos na cidade, incluindo os vários da própria produtora do festival. Mas, sem querer ser chato, se você não foi, perdeu o show do ano.

Os finlandeses do Swallow The Sun abriram os serviços para uma pista com menos de 100 pessoas (não precisa nem contar), e talvez isso tenha contribuído para a postura pouco animada do sexteto. Para o bem e para o mal, afinal, a mistura de Doom (muito mais) com Death Metal (menos, e mais pelos vocais) da banda até combinava com o ar contemplativo de quem trocou o bate-papo e a cerveja do lado de fora por sua apresentação. Mikko Kotamäki (vocal), Juha Raivio e Markus Jämsen (guitarras), Matti Honkonen (baixo), Aleksi Munter (teclados) e Kai Hahto (bateria) não primam pela animação, à exceção do protocolar bate-cabeça da linha de frente (incluindo Munter, que posicionou seu instrumento à beira do palco).

Mas além dos curiosos, havia realmente quem estava lá apenas e tão somente por eles. Eram poucos, mas que cantaram as oito músicas do set (destaques para “Falling World” e “Labyrinth Of London”) e tomaram o rumo o de casa assim que as luzes do Teatro Rival foram acesas após a última nota de “Swallow”. Vale a curiosidade para checar o trabalho do Swallow The Sun, que já carrega seis discos nas costas (incluindo um EP), mas é fato que o grupo estava completamente deslocado. Não necessariamente por ter tocado para tão pouca gente, mas sim porque o principal nome da noite é um dos principais nomes do Progressive Metal. Não dá para esconder que o público é, no geral, muito diferente – algo que poderia funcionar com todas as bandas numa única noite.

Encerrada a participação dos europeus, era a hora do Fates Warning tomar de assalto o local. Eu já disse o que você, que ficou em casa ou foi fazer outra coisa, perdeu? Pouco importa. Vale lembrar a todo instante, porque foi desumano o que o quinteto americano fez. Simplesmente desumano! Ray Alder (vocal), Jim Matheos e Michael Abdow (guitarras), Joey Vera (baixo) e Bobby Jarzombek (bateria) entraram no palco como se estivessem recebendo alguns amigos em sua sala de estar, e o que se seguiu a partir daí foi uma aula de técnica, talento, complexidade, beleza… Uma aula de música da melhor qualidade, tocada numa combinação perfeita de ‘feeling’ e virtuosismo.

“One Thousand Fires”, do mais recente trabalho, o excelente “Darkness In A Different Light” (2013), começou como um soco no estômago, com os bumbos de Jarzombek enaltecendo o peso extra da canção ao vivo. O início avassalador com uma música das mais recentes foi um belo aperitivo para mostrar a força do catálogo do quinteto, fato comprovado por quem estava na plateia – eram poucos, sim, mas a maioria com o repertório na ponta da língua. Como em “One”, de “Disconnected” (2000), canção que teve o seu “you took a part of me” cantado com vontade, assim como todo o ótimo e grudento refrão.

“One Thousand Fires”, do mais recente trabalho, o excelente “Darkness In A Different Light” (2013), começou como um soco no estômago, com os bumbos de Jarzombek enaltecendo o peso extra da canção ao vivo. O início avassalador com uma música das mais recentes foi um belo aperitivo para mostrar a força do catálogo do quinteto, fato comprovado por quem estava na plateia – eram poucos, sim, mas a maioria com o repertório na ponta da língua. Como em “One”, de “Disconnected” (2000), canção que teve o seu “you took a part of me” cantado com vontade, assim como todo o ótimo e grudento refrão.

Com disco novo para promover, o grupo foi inteligente na maneira como mesclou o presente com o passado. “Pieces Of Me”, ao vivo ainda mais pesada, antecedeu “I Am” (era difícil decidir se o melhor era prestar atenção em Jarzombek ou Alder), “Firefly”, bem recebida graças ao vídeo clipe, ficou entre momentos inesquecíveis. Antes dela, “The Eleventh Hour” colocou todo mundo para entoar o seu famoso coro, e “Point Of View” fez parecer que a casa estava lotada. Depois dela, uma cacetada atrás da outra, a começar pela mais antiga da noite, a clássica “Through Different Eyes”, de “Perfect Symmetry” (1989), o álbum que mostrou o Progressive Metal como o caminho definitivodo quinteto.
A sessão “refrãos espetaculares” continuou com a excelente “Another Perfect Day”, a música mais radiofônica de toda a carreira do Fates Warning – e antes as rádios tocassem canções assim.A parte XI de “A Pleasant Shade Of Gray” – exemplar mais objetivo da peça, digamos assim – passou a quinta marcha para a chegada de “Monument”, e foi um deleite assistir à banda tocando-a perfeitamente, mais precisamente todos os “detalhes impossíveis” de bateria originalmente gravados por Zonder. Explico: em abril de 2012, na abertura para o Queensrÿche, quem sentou no banquinho foi Mike Portnoy, que não teve tempo para ensaiar/estudar o suficiente.Resultado:a execução teve vários buracos.

Resumindo, “Monument” é daquelas músicas que o fã quer reproduzida nota por nota, e basta você conhecê-la – procure escutar a versão original, do disco “Inside Out” (1994) – para entender o porquê.Acredite: ela deveria vir com o aviso “crianças, não tentem isso em casa”, mas sem que isso signifique autoindulgência. Então, palmas para o monstro das baquetas chamado Bobby Jarzombek. O bis veio com a espetacular “Still Remains”, cujos 16 minutos recheados de climas diversos e muitas mudanças de andamento soaram com uma música de regulares três ou quatro.

O que é bom dura pouco, e após pouco mais de uma hora e meia havia acabado o show do ano – sim, meu amigo, porque escrever estas linhas só reforçaram a opinião deste que vos escreve. E o fato de a banda ter atendido a todos os fãs que ficaram após a apresentação, dando autógrafos e posando para fotos, só reforça uma coisa: azar de quem não foi.

Setlist – Fates Warning:
One Thousand Fires
One
Life In Still Water
A Pleasant Shade Of Gray Part III
A Pleasant Shade Of Gray Part V
A Pleasant Shade Of Gray Part VI
Pieces Of Me
I Am
The Eleventh Hour
Point Of View
Firefly
Through Different Eyes
Another Perfect Day
A Pleasant Shade Of Gray Part XI
Monument
Bis
Still Remains

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