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GAURAV BALI

Gaurav Bali é guitarrista do Eve To Adam, banda de Hard Rock Melódico que acaba de lançar um novo álbum, Locked & Loaded. Nesse trabalho, o virtuoso músico, nascido em Nova Jersey, funde as influências de Eddie Van Halen e Randy Rhoads, seus dois guitarristas favoritos, em temas como Immortal, Straightjacket Supermodel e a faixa título. O disco foi produzido por Michael “Elvis” Baskette (Alter Bridge, Blessthefall, Ratt) e já está aparecendo na programação das rádios americanas. Nesta entrevista, Bali fala sobre cítaras e guitarras.

Imagino que deve ter sido incrível para você ouvir seu avô tocando citara. Isso influenciou você de alguma forma como guitarrista?
Gaurav Bali: 
Isso era e ainda é incrível! Quando meu pai era adolescente, ele fez uma gravação do meu avô tocando numa emissora de rádio da Índia. Era uma fita cassete que eu recentemente transferi para um CD – ou seja, isso está salvo para sempre. E isso gerou um impacto ta em mim a ponto de me inspirar a querer fazer música e manter seu espírito vivo entre nós. Infelizmente, não cheguei a conhecê-lo e isso é algo que me entristece até hoje. Mas tenho certeza que ouvir a ele e a outros músicos indianos antes de conhecer a música ocidental teve um impacto subliminar em minha forma de tocar. Eu tenho a tendência de gravitar em torno da música oriental e de sonoridades mais sombrias quando componho. Espero que, onde quer que esteja, ele se sinta orgulhoso de mim.

Você cita como influências Eddie Van Halen e Randy Rhoads? O que mais o atrai na música deles?
Gaurav: 
A musicalidade. Tudo que eles tocam é memorável e melódico. A primeira guitarra elétrica que eu ouvi foi a de Randy – eu nem sabia que aquilo era uma guitarra porque jamais havia ouvido um som como aquele antes. E a música de Randy também tinha uma influência oriental, então me identifiquei de imediato com aquilo. E no meu modo de ver, Eddie Van Halen também tem essa influência, especialmente no ‘tapping’. Se você prestar atenção no final de Eruption, vai notar isso. Mas, no fim das contas, o mais importante em relação a esses dois é o fato de ambos terem assinado composições incríveis, além de serem músicos sensacionais. Acho que foi isso que mais me influenciou: o segredo é escrever grandes solos para grandes canções.

Como foi para você entrar no estúdio pela primeira vez com sua banda para gravar Auburn Slip?
Gaurav: 
Como você pode imaginar, foi algo muito especial poder gravar pela primeira vez um disco de verdade, com técnico de som e produtor. Todos nós estávamos um pouco nervosos, mas muito ansiosos. Nós gravamos no meu estúdio, então tínhamos tempo ilimitado, podíamos começar e parar no momento em que quiséssemos, o que é um luxo que poucas bandas têm. Quando eu o ouço hoje, ainda sinto muito orgulho dele. Eu inclusive vou resgatar algumas músicas dele caso tenhamos a oportunidade de fazer um show maior.

Qual a importância do produtor e compositor Desmond Child no desenvolvimento da banda?
Gaurav: 
Ele esteve envolvido com ela no seu início. Taki e Alex (N.R.: respectivamente, vocalista e baterista do Eve To Adam) já eram contratados do selo de Desmond e tinham escrito algumas músicas com ele antes de se mudarem para Nova York e me conhecerem. Depois, como a linha musical que estávamos desenvolvendo não era do agrado de Desmond, nós amigavelmente dissolvemos a parceria. Lógico que trabalhar com alguém como ele foi uma experiência fantástica para quem estava começando, como nós. No fim das contas, gravamos uma música que Taki escreveu com ele, It’s Getting Weird Without You, no Banquet For A Starving Dog (2011). Nós aprendemos muito com ele.

Você trabalhou com Dave Bassett, Eric Bass e Elvis Baskette no disco Locked & Loaded. Qual foi a maior contribuição deles para o disco?
Gaurav: 
Puxa, cara… Nem sei por onde começar. Eles trouxeram excelentes ideias, experiência, inspiração e incentivo. Eles são três dos músicos mais talentosos que eu conheço e ter a oportunidade de estar na mesma sala que eles foi uma experiência louca. Eles nos ajudaram a finalizar nossas ideias e a ter novas. Eles abriram um mundo novo diante de nós, foi uma experiência incrível. Tomara que no futuro voltemos a trabalhar com eles e fazer novamente um trabalho tão bom como o desse disco.

Você escreveu um belíssimo solo para a música Straightjacket Supermodel. Como ele surgiu?
Gaurav:
 Muito obrigado… Na verdade, foi bem simples: uma vez definida a base sobre a qual o solo devia ser feito, Eric Bass disse: ‘Vamos tentar algo…’ Eu achei que a ‘vibe’ da música pedia um solo que fosse ao mesmo tempo dramático mas melódico. Então, peguei um ‘slide’ e comecei a experimentar algumas coisas. Depois que cheguei numa ideia inicial, Eric disse: ‘É completamente diferente do que eu faria, mas é bem legal.’ Então, repeti algumas vezes e logo tínhamos o que precisávamos. Algumas vezes, a mágica acontece rápido (risos).

Como é sua abordagem na hora de solar?
Gaurav: 
Tem uma declaração que Eddie Van Halen deu há muito tempo em que ele diz: ‘Eu vejo o solo como uma música dentro de outra música.’ Isso é algo que ficou na minha cabeça durante todos esses anos e parece ser uma boa definição. O solo tem que combinar com a música em todos os sentidos – há casos em que é até melhor não colocar um solo nela. Basicamente, uma vez que já tenho a linha geral do solo, começo a improvisar novas ideias e escolho as melhores delas e as junto até criar o solo completo. A parte mais complicada é achar o equilíbrio correto entre tudo aquilo que você criou. Como em qualquer forma de arte, não é uma regra, mas uma fórmula que funciona bem para mim.

Você foi o único guitarrista em Locked & Loaded. Como você fez esse trabalho? De que forma escolheu os timbres que aparecem ao longo do disco?
Gaurav: 
Meu objetivo é sempre gravar as linhas de guitarra mais interessantes que eu conseguir e que combinem com a música. E costumo gravar três vezes a base com guitarras diferentes. Isso acaba criando uma base bem interessante. Em relação às guitarras limpas, eu me declaro culpado por incluir muitas partes em cada música (risos). Estou sempre criando novas melodias e incluindo na música, até que chega um hora em que ‘Elvis’ Baskette acaba dizendo: ‘Chega! Está bom assim.’ (risos)

Como é tocar com Adam Latiff?
Gaurav: 
É maravilhoso! Rola um lance yin/yang entre nós, da mesma forma que acontece com as grandes bandas que têm dois guitarristas. Como eu já disse, eu crio muitas partes de guitarra nas minhas músicas, então tem espaço de sobra para outro guitarrista trabalhar ao vivo. Antes de ele entrar na banda, eu tinha que selecionar as partes que ia tocar nos shows, o que me limitava barbaramente. Agora com Adam na banda, com sua guitarra, seus vocais e sua energia, nosso som cresceu ao vivo. E, além de tudo, nós ainda nos tornamos amigos muito próximos.

Fale um pouco sobre suas recentes experiências na estrada. O que aconteceu de bom e de ruim?
Gaurav: 
Falando honestamente, para mim todas as turnês foram positivas. Só o fato de termos a oportunidade de fazer isso já é uma bênção. Assim sendo, um dia ruim na estrada ainda assim é melhor do que um dia bom em casa. No começo o desse ano fizemos uma turnê em que tivemos oportunidade de tocar para um público mais jovem que tinha uma energia absurda – o pessoal agitava a noite inteira, todas as noites! Agora, estamos tocando com Lacuna Coil e Kyng, e tem sido incrível, também. Nós temos nos dado muito bem na estrada principalmente porque as bandas com que temos tocado são muito legais.

Imaginemos que alienígenas chegaram à Terra e acharam uma cápsula com três discos dentro. Quais seriam eles?
Gaurav: 
The Song Remains The Same, do Lede Zeppelin. 1984, do Van Halen. E o tributo a Randy Rhoads de Ozzy Osbourne. Sabe por quê? Por que eles encontraram a minha cápsula do tempo…

 

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