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HUTT

Grindcore é dureza, movido a amor pelo underground, muita batalha e suor. Mas o estilo tem crescido no Brasil e verdadeiros representantes, como o Hutt, exemplificam como executar esse tipo de música com maestria. O vocalista Appezzato e o guitarrista Liandro conversaram com a ROADIE CREW e falaram sobre novo trabalho, Monstruario, sobre a cena e a aquisição de um baixista – André. Autenticidade, bom humor e muita ironia marcaram suas respostas. Além da dupla e de André, o Hutt conta atualmente com Choukri (bateria), que retornou ao grupo no lugar de Diego Klink. Barulho neles!

O que podem falar sobre o novo álbum, Monstruario? Como vocês analisam a evolução do Hutt? Isso é, se houve alguma…
Appezzato:
 Algumas das músicas de Monstruario são bem antigas. Quando o Choukri saiu da banda, em 2006, tivemos que recomeçar tudo com o Diego Klink, o que atrasou muito o nosso lado. Fora o tempo em que ficamos procurando baterista. Até chegarmos ao Diego, fizemos testes com vários. E até o André, que hoje é nosso baixista, chegou a fazer um ensaio com a gente na batera. Meu tabagismo e minha barriga evoluíram bastante nesse tempo. A maioria das bandas legais que vieram com esse papo de ‘evoluir’ viraram uma bosta! Acho que a única diferença para nós foi a troca de baterista. Quem gravou o Monstruario foi o Diego, que acabou saindo da banda logo depois, dando lugar à volta triunfal de Choukri para o Rock maluco.
Liandro: Na época, a adaptação do Diego não foi nada fácil porque, basicamente, ele tocava tudo bem mais rápido, inclusive os ‘blasts beats’. Tive que mudar um pouco o jeito de fazer os riffs, mas não sei se isso seria uma evolução.

Já que falaram em baixista, por que a opção de contar com um agora? Já não faziam barulho suficiente?
Appezzato:
 O André é um cara muito gente boa. Ele tinha que entrar na banda, para contrabalancear minha ‘chatura’ e do Liandro.
Liandro: Por consequência da mudança no som, sentimos falta de mais peso quando terminamos de gravar. Aí, eu mesmo gravei o baixo, já que na época o André ainda não tinha entrado na banda.

Por que Monstruario tem uma duração tão curta (pouco mais de dezesseis minutos)?
Appezzato:
 Na verdade são catorze minutos, pois dois são de vinheta! Alguns chamariam isso de incompetência! Ouvi dizer que posso definir como minimalismo.
Liandro: Foi consequência de o baterista tocar mais rápido. Isso faz com que os sons terminem antes! Mas quando fechamos o set do CD, não sabíamos qual seria a duração total.  Se com 23 sons já é difícil a audição, imagina com trinta ou mais. Em dezesseis minutos, dá para passar bem a ideia.

A opção estética dos encartes dos dois álbuns tem referências diretas a histórias em quadrinho e cinema. A intenção será sempre trabalhar dessa forma?
Appezzato: 
Desde que formamos a banda, nossas referências visuais foram os quadrinhos e o cinema. A capa tem que ter demônio, caveira, sangue e mulher pelada, e não uma foto artística de merda. Odeio também essas capas que tentam ser moderninhas e acabam parecendo jogo de videogame. Sempre achamos a parte gráfica muito importante.
Liandro: Acho que sempre iremos trabalhar dessa forma. A vantagem de estar no underground é que podemos roubar artes de outros lugares sem pagar direitos e sem ser processados, pelo menos até agora.

E as letras são bastante ácidas. O que mais os inspira?
Appezzato:
 Ressacas e escolhas idiotas me inspiram sempre, mas não tenho uma inspiração específica. Apenas observo bastante ao meu redor, inclusive minhas idiotices, e acabo tirando sarro disso.

Vocês novamente contam com produção de Ciero (Da Tribo Studio), renomado produtor brasileiro de música extrema. Como foi trabalhar com ele mais essa vez? Existe alguma colaboração sua no que se refere ao processo de composição ou algo do tipo?
Appezzato: O Ciero e o Trek, do Da Tribo, são uns caras muito bons de trabalhar. Tranquilidade total. Tudo o que gravamos até hoje, com exceção da demo, foi lá. Mas os sons já chegam prontos no estúdio. Eles não influenciam nas composições.

Existem planos para um videoclipe?
Appezzato:
 Rodamos o clipe de AIDSociety, que deve ficar pronto logo mais. Está em fase de finalização. Foi feito no meu apartamento, ‘tosquera’ monstro. Tivemos a participação do Pedrinho, baixista do Sujeito a Lixo. Também faremos outro com imagens de arquivo logo mais.

Estar na elite do Grindcore brasileiro os assusta? Chama muita responsabilidade para si?
Appezzato: 
Acho esse negócio de elite muito contraditório dentro do Grindcore, um estilo underground e pé no chão por excelência. Quem falou isso deveria pagar a minha conta no bar. Com certeza existem por aí um monte de bandas tão boas ou até melhores do que a gente. Acho que nossa beleza também ajudou a nos destacar.
Liandro: Penso que já existem muitas elites por aí e no Grindcore não tem esse papo. Acho que, por morarmos em São Paulo, a banda acaba chamando mais a atenção do resto do país. Queria ver se teríamos as mesmas chances se morássemos no Acre.

Dentro disso, vocês acham que o Hutt tem o reconhecimento que merece? Por quê?
Appezzato:
 A nossa principal meta é fazer música e tocar com as bandas que gostamos. Talvez alguns convites ‘vip’ para festinhas, com goró liberado, também. O que vier a mais é lucro. As amizades que começamos por aí fazem os perrengues valerem a pena. Os CDs e vinis que ganho, também.

O quão compensador é tocar Grindcore, um estilo tão marginalizado por aqui?
Liandro: 
Independentemente do estilo, tocar com os camaradas sempre será muito compensador. No Brasil, tudo o que é considerado diferente é marginalizado e leva um tempo para a galera digerir.E vocês acham que o Grind nacional tem de diferenciais em relação ao estrangeiro?
Appezzato:
 O Grindcore nacional sempre teve bandas fodidas, no mesmo nível dos gringos, apesar das dificuldades de se manter ativo.  Nunca me importou de onde veio a banda e sim, o barulho. Sou péssimo em geografia.
Liandro: Ainda não fizemos nenhuma tour gringa para ter certeza, mas parece que os shows lá fora são mais organizados, com melhor infraestrutura e equipamentos.

Analisando o underground brasileiro, como vocês vêem a evolução e o aparecimento de tantas bandas extremas de qualidade?
Liandro: 
Acho ótimos que tenha cada vez mais bandas no underground, assim a cena fica mais forte!

Agradeço a entrevista, pessoal. Alguma declaração para os fãs?
Appezzato: 
Digam ‘por favor’ e ‘obrigado’, e obedeçam suas mamães, mas escutem Mystifier e pintem a figura do capeta.
Liandro: 
Queria agradecer a ROADIE CREW pela oportunidade da entrevista. Muito obrigado também a todos os miseráveis que vão aos shows e compram CDs e camisetas. Esperamos poder fazer um som ainda melhor no próximo disco. Hey Hutters, Let’s Go!

Site relacionado: www.myspace.com/huttgrind

 

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