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KISS

Desde o espetáculo que o Metallica proporcionou em 2010 que não se via um alvoroço tão grande em relação a algum show agendado para a capital gaúcha. Obviamente rolaram outros shows de porte semelhante, mas para quem faz parte da “Kissmania” nada mais importa. Em 1999, a formação original do Kiss havia se apresentado pela primeira vez aos fãs gaúchos, mais precisamente na noite de 15 de abril, no Jockey Club. Quem foi, reclamou da falta de organização e pela fraca performance da banda, principalmente de Peter Criss. Se algum dos mais de 25 mil presentes naquela data confirmar isso, arrisco a dizer que a apresentação memorável deste ano ofuscou a primeira visita dos mascarados nos “pampas”. Ainda que tenham feito o show num local fechado, usaram e abusaram dos efeitos especiais e explosões, sem a necessidade de Paul voando por cima do público ou óculos 3D.

Rosa Tattooada: comemorando 24 anos em grande estilo

Com a mudança do Estádio Zequinha para o Gigantinho devido a problemas com a liberação do local, o Kiss teve um público estimado em dez mil pessoas, e coube ao Rosa Tattooada a tarefa de abrir o espetáculo, que até então teria tudo para ser perfeito.

Chegando ao local, uma fila gigantesca cercava as imediações, com vários fãs pintados iguais aos músicos e imitando Gene Simmons ao colocar a língua pra fora, fato corriqueiro, mas que mostra a paixão dos “Kissmaníacos” pelo linguarudo. Programado para iniciar o show às 19h30, o Rosa Tattooada acabou subindo no palco somente às 21h, devido a um atraso com o equipamento do Kiss, que havia ficado retido na alfândega e atrasando a montagem do palco.

Independentemente dos problemas, Jacques Maciel (guitarra e vocal), Valdi Dalla Rosa (baixo) e Dalis Trugillo (bateria) fizeram um set list matador, com o som batendo no peito de tão potente. Completando 24 anos de estrada – e muito bem comemorados nesta data – o Rosa Tattooada se firmou, desde sua fundação em 1988, como a principal banda de Hard Rock do RS, e dentre idas e vindas, lançou clássicos como “O Inferno Vai Ter Que Esperar” e “Carburador”, representando duas fases de intenso sucesso. A voz de Jacques soou muito boa, principalmente em “Rock ‘n’ Roll Até Morrer”, num misto de sentimento e melodias emocionantes.

“A Rosa Tattooada completou 24 anos de serviços prestados ao Rock ‘n’ Roll! E comemoramos em grande estilo na dia 14 de novembro, no palco, com o Kiss! Ao longo de nossa carreira, tivemos experiências e oportunidades sensacionais, abrindo shows internacionais”, comentou Jacques Marciel, lembrando as quatro vezes com o Guns N’Roses, duas com Purple e uma abertura para Alice Cooper. “Mas desta foi diferente. Sou fã do Kiss desde 1980, são meus primeiros heróis e minha maior influência. Foi uma experiência inesquecível. Ficamos muito felizes em sermos escolhidos pela própria produção deles”, acrescentou.

Kiss: a banda mais quente do mundo… e a melhor!

Depois de horas de atraso, já passava das 23h quando Gene Simmons (baixo/vocal), Paul Stanley (guitarra/vocal), Tommy Thayer (guitarra) e Eric Singer (bateria) deram aos fãs aquilo que o Kiss sabe de melhor: um espetáculo de Rock’n’Roll! O mau humor havia desaparecido quando “Detroit Rock City” ecoou pelo Gigantinho e nem mesmo as falhas no microfone de Gene estragaram a festa, recheada de explosões e muito fogo, real e virtual.

Com o público já em êxtase, emendaram com “Shout It Out Loud”, encantando todos com aquelas clássicas melodias de guitarra, num coro de mais de 10 mil pessoas, incluindo crianças de oito anos a senhores com seus setenta anos. Nota-se que a voz de Paul já não é a mesma, mas, se todos os senhores de 60 e poucos anos tivessem o pique que ele tem, todos teriam saúde de ferro. O mesmo vale para Gene, imponente em sua altura, escondendo a idade atrás de sua armadura e caretas demoníacas. Eu, com minha idade, não faço nem metade do que eles fazem no palco!

“Calling Dr. Love” foi o último som antigo antes das novas “Hell or Hallelujah” e “Wall of Sound”, do excelente e revigorante “Monster”. A aceitação deste novo disco está rendendo bons frutos ao grupo, soando relevante aos ouvidos daqueles que não acreditavam na capacidade de Gene & Cia. “Hotter Than Hell” elevou ainda mais o ânimo do público, que foi pulverizado de emoção na clássica “I Love It Loud”, da época em que visitaram o Brasil pela primeira vez, na turnê do pesado “Creatures of the Night”.

“Outta This World” foi mais uma de “Monster” e que antecedeu solos incríveis de Tommy e Eric, finalizados com um verdadeiro duelo de guerra, com direito a Eric empunhando uma bazuca e “acertando” Tommy, que atirava fogos com sua guitarra. Para quem via isso pela primeira vez, foi surreal. Porém, nada disso parecia relevante quando Gene Simmons empunhou seu baixo e começou a emitir certos barulhos de suas cordas, e então todos sabiam o que iria rolar… Em todos estes anos de shows, nunca vi um músico parecer tão assustador e demoníaco, e olha que já vi muitas bandas de Black Metal. Gene aos poucos foi coagulando seu sangue para que jorrasse de sua boca, enquanto fazia caras maléficas, acentuadas ainda mais pelos efeitos do telão, em que aparecia em preto e branco. Fenomenal… Tudo isso para introduzir a pesadíssima “God of Thunder”, hit obrigatório de todos os shows, já coverizada pelo Death no início dos anos 90.

A sequência foi de arrancar lágrimas até do fã mais durão, com a emblemática “Psycho Circus”, que marcou o retorno do grupo com a formação original aos estúdios em 1999, e possivelmente deve ter trazido algumas memórias do show do mesmo ano aqui no RS.

“War Machine” apresentou nos telões uma animação muito interessante, com vários soldados do Kiss, ou, melhor dizendo, uma ‘Kiss Army’, comandada por Gene e seu baixo em forma de machado. Além desta e “I Love It Loud”, poderiam ter tocado a faixa título de “Creatures of the Night” – aposto que nenhum fã ficaria frustrado…

Daí em diante teríamos apenas mais cinco músicas, iniciando com “Love Gun”, cantada efusivamente por todo o público; e “Black Diamond”, na qual o pequeno Eric provava que não é bom apenas nas baquetas, mas também cantando, sendo um dos destaques da noite.

No bis, “Lick It Up” fez todos pularem, enquanto “I Was Made For Lovin’ You” relembrou os tempos em que o Kiss tentou se enveredar pela Disco Music, porém, o ritmo e a pegada empregados neste som causam arrepios, e as guitarras soam pesadas e cortantes. Como tudo que é bom dura pouco, “Rock and Roll All Nite” encerrou o sonho com uma chuva de papel picado, lavando a alma dos gaúchos, que sem dúvida presenciaram um dos maiores shows que Porto Alegre já viu. Quem não foi, perdeu o maior espetáculo que uma banda de Rock pode proporcionar e não vou esperar tanto tempo pra revê-los, mesmo com Paul prometendo voltar… Kiss rocks!

Set list – Rosa Tattooada:
Canção Do Deserto
Carburador
Fora De Mim Dentro De Você
Rendez Vous
O Inferno Vai Ter Que Esperar
Rock ‘n’ Roll Até Morrer
Um Milhão De Flores

Set list – Kiss:
Detroit Rock City
Shout It Out Loud
Calling Dr. Love
Hell or Hallelujah
Wall of Sound
Hotter Than Hell
I Love It Loud
Outta This World
Guitar & Drum Solo
Bass Solo
God of Thunder
Psycho Circus
War Machine
Love Gun
Black Diamond
Lick It Up
I Was Made for Lovin’ You
Rock and Roll All Nite

 

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