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LABORATORI: SANGUE, COMPROMISSO E PESO

Nascido em São Paulo em novembro de 2014 e guiado pelos lemas “Respeito, Compromisso, Sangue e Família” e “Nóis por Nóis” (as explicações estão na entrevista a seguir), o Laboratori despeja um amálgama de hardcore, metalcore, nu metal e rock nacional da década de 90 e início dos anos 2000. Para falar a respeito do momento vivido pelo grupo, que soltou em 2022 o álbum Dívidas, Tretas, Muita Perseverança e Pouco Dom, conversamos com o baterista Jean Forrer, que tem Chili (vocal), Mounir (baixo e vocal) e Wecko (guitarra) como comparsas nesta empreitada cheia de peso, groove e melodia.

No press-kit, vocês dizem que o Laboratori “zela por riffs diretos e refrãos cantados em português informal, que abordam o cotidiano e a relação entre as pessoas”. Pegando esta fórmula como mote e evocando também a questão da evolução, que paralelo você faria entre o início do grupo, no fim de 2014, e o momento atual, incluindo o lançamento de Dívidas, Tretas, Muita Perseverança e Pouco Dom (2022).
Jean Forrer:
Ao longo dos anos, o Laboratori passou por muitas mudanças e situações que colocaram à prova a perseverança da banda. Como diria Rocky Balboa: “O quanto você aguenta apanhar e seguir em frente?“. Porém, mesmo no meio dessas mudanças, a essência da banda representada no RCSF (Respeito, Compromisso, Sangue e Família) se manteve firme. Desde o início, a proposta da banda era fazer um som pesado que misturasse o rap com o rock. Ao longo dos anos, o Laboratori agregou as características dos músicos que passaram pela banda, mas o groove e as rimas sempre foram a base do som. O novo trabalho simboliza nossa evolução musical, onde o peso e a agressividade do hardcore ainda se mostram presentes, mas também traz refinamento e maturidade nas composições, ampliando as características sonoras da banda.


Ainda nesta questão, vocês também citam a sigla RCSF (Respeito, Compromisso, Sangue e Família) e o lema “Nóis por Nóis” como postura no cenário underground. Daí gostaria de fazer duas perguntas. Primeiro, qual sua impressão da cena underground atual, no quesito união de bandas, em relação a anos anteriores.
Jean:
Acredito que toda união é uma troca. Assim, cada banda deve fazer seu trabalho com a maior qualidade possível e, ao longo da trajetória, vai identificando as melhores bandas para “correr junto“. Todo mundo quer apresentar sua música para o público de uma outra banda, mas nem todo mundo sabe o que pode oferecer em troca. Essa união tem que ser de forma equilibrada, os dois lados ganham com a soma. Felizmente, cada vez mais percebo que estamos encontrando bandas que querem fazer um trabalho consistente e levam a sério todo o corre. Isso só engrandece o underground.

A outra questão é quanto à formação atual, no sentido de entrosamento e química. O que podemos, inclusive, esperar dessa formação daqui para frente, em termos de apresentações e composições?
Jean:
Estamos com essa formação desde o início de 2020. Quando o Wecko entrou como guitarrista, trouxe um refinamento que ainda não tínhamos a nossas músicas. Ele sabe explorar muito bem a guitarra como um todo. Além de ser muito criativo nos riffs, acrescentou alguns dedilhados com o som limpo, algumas notas dissonantes aqui e ali, acordes abertos que se encaixam muito bem etc. O novo álbum abriu a porta para ampliarmos essas possibilidades musicais sem perder nossa identidade. Além do groove e dos riffs pesados, apresentamos músicas com mais sensibilidade.


Falando do mais recente play, temos um disco com dez faixas, que, apesar de mostrar a identidade da banda, com sua mistura de metal e hardcore, traz diversos outros sabores e conta com ótima produção de Rogerio Wecko. Como se deu todo o processo criativo até chegar a esse cardápio apresentado no álbum?
Jean:
O Laboratori é muito bem equilibrado nas composições, todos participam das músicas e dão seus pitacos. Normalmente, surge algum riff durante um ensaio ou alguém traz uma ideia e começamos a desenvolver a música, inicialmente a parte estrutural, com verso e refrão. Ao longo dos ensaios, vamos lapidando cada detalhe, em uma convenção em que todos fazem juntos, uma pausa aqui ou ali, o andamento etc. Quando decidimos gravar o álbum, não queríamos que as músicas soassem todas iguais, então passamos a pensar na obra como um todo, para que cada música apresentasse uma novidade para quem está ouvindo.

E quando falo em diversos sabores, cito como exemplo o peso e a cadência de Black Mamba, o lado mais “balada” de Sangue de Luta e as participações de Karina Menascé e Nego Max em Mil Fitas, que acentuam o lado mais rap e até R&B.
Jean:
O mais comum para nós sempre foi criar músicas pesadas, mas quando o Wecko nos mostrou a introdução da Sangue de Luta, percebemos que seria um caminho muito legal a percorrer, uma música que traz uma carga emocional sem deixar de dar o papo reto. Uma curiosidade: o Chili havia feito duas opções de letra para a parte C da Sangue de Luta, uma ficou na própria música; e a outra se tornou a Mil Fitas. A princípio, seria apenas um interlúdio de 30 segundos ou pouco mais que isso, porém gostamos tanto da letra que transformamos em algo muito maior, com verso e refrão. Para engrandecer mais ainda, optamos em chamar a Karina e o Max, e o resultado ficou incrível.

E temos ainda Fé no Corre em Tempos Ruins, uma pancada hardcore e convidativa ao mosh, dentre outras texturas.
Jean:
Estávamos com nove músicas prontas, e as gravações já haviam começado, porém o Wecko estava “incomodado“ e sentia que precisa ter mais uma música para fecharmos em dez. Ele resgatou essa base que tinha criado há muitos anos e me mostrou. Fiz a linha da bateria na tarde seguinte, mandamos para o Chili, e no outro dia ele já trouxe a letra pronta. Depois foi só complementar com o baixo. A música mais rápida do álbum ficou pronta em três dias.


Sei Quem Sou traz alguns dos melhores riffs do álbum. E resgatando a máxima dos “riffs diretos” da banda, como funciona o processo de criação de riffs dentro do Laboratori e qual o sentimento quando vocês acertam a mão em riffs potentes como os desta faixa?
Jean:
A base inicial dessa música foi criada em 2019, antes mesmo de o Wecko e o Mounir entrarem na banda. Apresentamos a ideia e passamos a desenvolvê-la juntos ao longo dos ensaios. Nosso processo de composição funciona de forma bem orgânica, todos colaboram com ideias e sugestões, e estamos abertos a experimentar. Acredito que é justamente esse envolvimento de todos que traz uma riqueza e uma sonoridade específica para o Laboratori. Nossa meta é buscar o que consideramos melhor para a música e para quem está ouvindo. Os instrumentos são apenas ferramentas que manipulamos, a verdadeira obra de arte está na sensação que causamos nas pessoas.

Ainda a respeito de Sei Quem Sou, posso estar enganado, mas o refrão parece trazer alguma influência de Chuck Billy, do Testament. E aí ressalto novamente os diferentes sabores do disco. Mas gostaria de saber se essa “tese” faz sentido. E quais seriam as principais influências do grupo.

Jean: Para ser sincero eu nunca tinha parado para fazer essa comparação, mas achei que faz sentido, sim (risos). Atualmente, nossas maiores influências são Limp Bizkit, P.O.D., Sevendust, o hardcore de Nova York do Madball e, por aqui, a maior referência é o Charlie Brown Jr., sem dúvida a maior banda de rock que o Brasil já teve e influenciou todo mundo que veio depois.

A capa é outro destaque, então gostaria que nos dissecasse o sentido dela e também como foi o processo criativo até chegar a este resultado.
Jean:
A arte da capa é obra do Jonas Santos, um artista que tem trabalhado com grandes nomes da música como CPM 22, Ziggy Marley, Mötley Crüe, entre outros. Passamos as músicas e as letras para que ele pudesse entender o conceito do álbum e um pequeno briefing do que imaginávamos. Ele conseguiu desenvolver a ideia com muita profundidade, representando as músicas na parte visual, como por exemplo as cobras referentes a Black Mamba, o punho cerrado da Sangue de Luta, os “zoião” que são citados na música Bonde dos Falador, as notas de dinheiro fazendo alusão a Você Vale o Que Tem, entre outras pequenas referências. O Jonas é um artista incrível. Já trabalhamos com ele outras vezes. É um cara que agrega muita profundidade no conceito das artes.

Quais as grandes conquistas alcançadas pelo Laboratori ao longo desses anos? E quais os voos almejados daqui para frente? Como estão os planos para 2023?
Jean:
Sem dúvida, nossa maior conquista são os fãs e amigos que estamos fazendo ao longo da caminhada. Mesmo ainda em processo de formação do nosso público, temos um suporte muito firme daqueles que se identificam com a gente. Somos muito gratos por todo o apoio e valorizamos cada um que se envolve. Respondemos todas as mensagens que recebemos, de vez em quando organizamos algumas confraternizações, enfim, tentamos retribuir todo o apoio que nos é dado. O que faz uma banda crescer são as pessoas! Para este ano, estamos planejando fazer alguns shows fora de São Paulo, seguindo a divulgação do álbum, já temos dois clipes sendo engatilhados e também já começamos a rabiscar algumas novas composições.

Confira o clipe de “Bonde dos Falador”, gravado e produzido por Caike Scheffer, em https://youtu.be/yN7UgC3r-vE

Ouça o álbum no Spotify em https://tinyurl.com/mr23948e

Site/Loja/Merch: www.laboratori.com.br

Mídias sociais:
Instagram: @laboratori_rcsf
Facebook: https://www.facebook.com/laboratori.oficial

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