Mikael Åkerfeldt, guitarrista e vocalista do Opeth, prestou tributo ao lendário Paul Di’Anno, ex-vocalista do Iron Maiden, falecido em outubro de 2024, aos 66 anos. Em uma publicação nas redes sociais da banda, Mikael destacou a importância de Di’Anno para o metal e para o próprio Opeth, ressaltando a influência de sua voz em clássicos como Prodigal Son e Remember Tomorrow. Disse Mikael:
“PAUL DI’ANNO 1958-2024. DESCANSE EM PAZ.
Eu sei que este elogio chega um tanto ‘atrasado’, mas aqui está. Estive pensando em prestar tributo a Paul desde o dia em que ele faleceu. Sua influência na música metal e no Opeth não pode ser subestimada.
Lembro-me de uma conversa marcante com meu amigo Jonas Renkse, onde quase discutimos sobre quem é o melhor vocalista do Iron Maiden. Todo crédito e respeito a Blaze Bayley, mas estamos falando dos álbuns mais antigos, que ambos crescemos ouvindo. Jonas era categórico em dizer que o melhor vocalista era Paul e não Bruce. ‘Por quê?’, perguntei. Baseando-se no histórico, Bruce fez muito mais álbuns excelentes, enquanto Di’Anno ‘apenas’ gravou dois. Por melhores que eles sejam, Bruce simplesmente teve uma carreira mais longa com o Maiden. A resposta de Jonas foi: ‘a voz suave dele!’. Eu entendi! Enquanto Bruce é a ‘sereia de ataque aéreo’, Paul tinha um lado mais sensível na voz quando necessário. Músicas como Prodigal Son e Remember Tomorrow (da qual fizemos uma cover bem ruim) são ótimos exemplos desse lado belo da voz de Paul, geralmente feroz e confiante. Além disso, Killers é um dos melhores discos de heavy metal ‘soco na cara’ já lançados! Ainda preciso explorar mais profundamente sua banda solo, bem como outros projetos, como o Battlezone.
Eu nunca conheci Paul, mas ele ficou na minha frente em uma fila de aeroporto uma vez, e eu fiquei muito intimidado (claro) para dizer oi.
Nossas tardias, mas profundas condolências à sua família, amigos e fãs.”
Paul Di’Anno, cujo nome verdadeiro era Paul Andrews, foi um dos pioneiros do heavy metal como vocalista do Iron Maiden entre 1978 e 1981. Ele gravou os álbuns Iron Maiden e Killers, lançamentos que marcaram o início da trajetória de sucesso da banda. Após sua saída, seguiu com uma carreira diversificada, liderando projetos como Battlezone, Killers e Warhorse, além de lançar trabalhos solo e colaborar com outros músicos.
Nos últimos anos, Di’Anno enfrentou graves problemas de saúde que o obrigaram a se apresentar em uma cadeira de rodas. Apesar disso, manteve-se ativo, realizando mais de 100 shows entre 2023 e 2024. Em 2024, lançou The Book of the Beast, uma coletânea que reuniu destaques de sua carreira pós-Iron Maiden.
Paul Di’Anno faleceu devido a um rompimento no saco ao redor do coração, conforme comunicado oficial divulgado por sua família. “A morte foi instantânea e, esperamos, indolor. Que ele descanse em paz”, diz o texto.
Mesmo com as dificuldades, Di’Anno seguiu conquistando fãs e marcando a história do heavy metal, deixando um legado imortal para o gênero.
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