Por Marcelo Gomes
Fotos: Anderson Hildebrando
Trinta anos após a sua criação, a lenda do death metal americano Nile voltou ao Brasil para um show único e se apresentou na capital paulista no último dia 18 de junho (domingo). Fazendo parte da “Latin American Tour 2023”, os americanos vieram divulgar seu mais recente trabalho, “Vile Nilotic Rites” (2019). Ao chegar na Jai Club, deparei-me com uma fila que dobrava o quarteirão, o que não foi surpresa considerando a lotação esgotada. No entanto, houve um atraso na abertura da casa, que estava programada para 17h, mas permaneceu fechada até 19h devido a um problema técnico. A banda ainda realizava a passagem de som, o que se estendeu até quase 20h, horário previsto para o início do show.
Após a resolução dos contratempos, as portas finalmente se abriram, e já era possível notar algumas alterações no Jai Club. Foram adicionados mais um par de PAs e a mesa de som foi realocada para acomodar melhor os fãs. O atraso foi compensado quando Karl Sanders (vocal e guitarra), Scott Eames (vocal e guitarra), Julian Guillen (baixo) e George Kollias (bateria) subiram ao palco às 20h35 ao som de “Sacrifice Unto Sebek”.
O Nile iniciou sua apresentação de forma avassaladora, criando uma roda de mosh desde o primeiro momento. Vale destacar que a adição dos PAs extras trouxe maior potência sonora, e os bumbos soavam como metralhadoras. Em seguida, tocaram “Defiling Gates of Ishtar” e emplacaram um dos clássicos, “Kafir!”, do excelente “Those Whom The Gods Detest” (2009). A brutalidade com que Kollias espancava a bateria era impressionante, e os fãs retribuíram cantando e causando um verdadeiro pandemônio na pista.
Sob os gritos de “Nile!”, Karl expressou sua felicidade em retornar ao Brasil: “Posso ouvir vocês gritando para eu entender por que nós voltamos?” A casa veio abaixo. Sem dar trégua, a banda executou “Call To Destruction”, e ninguém ficou parado. Cerveja voava e pessoas perdiam seus celulares em meio aos insanos mosh pits. Karl agradeceu a recepção calorosa e anunciou a faixa-título do trabalho mais recente, “Vile Nilotic Rites”. Apesar de curta, a música foi intensa e técnica, com muitos riffs e ótimos solos de guitarra característicos da banda. Foi a vez de Scott anunciar a clássica “In The Name of Amun”, cuja breve introdução foi prelúdio para o apocalipse que se abateria impiedosamente durante a execução.
Uma música que não era tocada há algum tempo retornou ao setlist, para alegria dos fãs: “Lashed To The Slave Stick”, cantada de forma brutal por Scott. Outra celebrada foi “Sarcophagus”, com um som mais arrastado que deu uma trégua às rodas, mas fez os headbangers balançarem suas cabeças. Em seguida, emendaram com um trecho de “4th Arra of Dagon”, que foi acompanhado com os punhos erguidos e gritos de ‘Hey’, em uma verdadeira devoção aos músicos. A banda fez uma breve pausa para recuperar o fôlego, mas foi surpreendida por um coro de ‘olé, olé, olé… Nile’. Com um sorriso estampado nos rostos, executaram mais uma recente, “Long Shadows of Dread”, mostrando que não perderam sua essência e mantiveram a sonoridade que os consagrou no estilo.
O show caminhou para o fim com “The Howling of Jinn” e “Black Seeds of Vengeance”, que instauraram o caos pela última vez. Apesar de ter durado apenas 1 hora, a sensação que permaneceu foi a de que um rolo compressor havia passado por todos os presentes, tamanha foi a intensidade e brutalidade entregues pelo Nile em sua performance.
Nile – Setlist:
01) Sacrifice unto Sebek
02) Defiling Gates of Ishtar
03) Kafir!
04) Call to Destruction
05) Vile Nilotic Rites
06) In The Name of Amun
07) Lashed To the Slave Stick
08) Sarcophagus
09) 4th Arra of Dagon
10) Long Shadows of Dread
11) The Howling of Jinn
12) Black Seeds of Vegeance
A ROADIE CREW agora tem um canal no Telegram!
Participe para receber e debater as principais notícias do mundo do metal