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NOTURNALL + MIKE PORTNOY + EDU FALASCHI – 1° de novembro de 2019 – Belo Horizonte/MG

Apesar de ser um dos celeiros do metal nacional (e mundial) – por motivos óbvios –, Belo Horizonte convive nos últimos anos com certas ‘limitações’. Há pouquíssimos lugares que reúnem condições ideais de sediar eventos de música autoral destinados ao público do heavy metal. Um dos que lutam bravamente nesse sentido é o Mister Rock, localizado no bairro Prado, na região Oeste da cidade, e que já recebeu ícones como Grave Digger, Accept e Destruction, entre tantos outros. Isso sem contar que, muitas vezes, BH fica fora da rota de vários grupos, como se deu recentemente na última passagem de Helloween e Scorpions pelo Brasil. Ah, e nem sempre é certeza de que veremos shows lotados ou próximos da capacidade máxima – ingressos ‘salgados’, divulgação modesta e até mesmo o desinteresse de fãs de ir aos concertos influenciam para saldos aquém do esperado. Talvez diante de tantas adversidades, podemos considerar o espetáculo da última sexta-feira (1° de novembro) como uma vitória. Sob outra ótica, da pura análise das apresentações em si, podemos dizer que foi uma noite impactante.

Começou na capital mineira a turnê brasileira envolvendo Noturnall, o baterista Mike Portnoy (Sons of Apollo, Transatlantic, The Neal Morse Band, Flying Colors, ex-Dream Theater) e o vocalista Edu Falaschi, batizada de “Redemption Tour”. Giro este que passaria a seguir por Brasília (2), Goiânia (3), São Paulo (7), Nova Friburgo (8), Limeira (9), Porto Alegre (10), Curitiba (14), Recife (15) e Criciúma (17) e que tem como um dos objetivos a gravação de um DVD, previsto para 2020. E a estreia da união desses gigantes da música se deu com o pé direito: que showzaço!

Antes deles subirem ao palco, três bandas desempenharam o papel de abertura – cada uma delas teve em torno de meia hora de set. A primeira foi a VersOVer, oriunda de Bebedouro (SP) e que fez uma apresentação consistente, cumprindo bem a tarefa de ‘aquecer’ os espectadores com seu heavy metal cheio de referências power e prog. O destaque ficou por conta da performance seminal do guitarrista Gustavo Carmo – a banda conta ainda com Rodrigo Carmo (vocais), Leandro Moreira (baixo) e Maurício Magaldi (bateria). Que voltem mais vezes!

A seguir, o público conferiu o show de estreia da nova formação da Vienna, surgida das entranhas de BH no fim dos anos 90 e que conta agora com os vocais de Alessandra Nunes. Precisou de alguns segundos para constatar que a escolha pela vocalista foi acertada. Além da versatilidade – sabe utilizar com maestria vocais líricos, melódicos e rasgados/guturais –, a cantora tem ótima presença de palco, sendo figura-chave na apresentação acima da média do grupo que vai além em sua proposta de propagar metal melódico. Que venham os próximos passos desta instituição, que conta ainda com Misael Avelar (guitarra), Marlon Martins (baixo) e Manfredo Savassi (bateria).

A última banda de abertura foi a Perfect Element, a mais nova promessa made in Belo Horizonte. Esta foi a primeira exibição da banda em cima de um palco. Portanto, havia um ‘mistério’ no ar antes de isso acontecer. Mistério este desvendado em forma de quatro músicas de muito bom gosto, guiadas por um prog metal sólido e com destaque para A Daydream, a segunda do show. Algo que chama a atenção e pode vir a ser um dos diferenciais do grupo é o fato de os guitarristas Leonardo Rizzi e Fil Ferrer e o baixista Alan Curátola dividirem os vocais – o batera Flávio Batata completa a formação. Aguardamos mais concertos e o lançamento do debut do Perfect Element, que, por sinal, terá a produção assinada por Thiago Bianchi, vocalista do Noturnall.

E falando de Noturnall, já passava da meia-noite quando a banda paulista, enfim, subiu ao palco do Mister Rock. Por ser uma ocasião especial, o set foi dividido em três partes. A primeira, contando com a nova formação do grupo – Bianchi nos vocais, Mike Orlando na guitarra, Saulo Xakol no baixo e Henrique Pucci na bateria. A segunda, com a participação de Edu Falaschi. E a terceira, com Portnoy assumindo as baquetas. Cada fração dessa ‘trilogia’ teve suas peculiaridades e seus momentos positivos – e não foram poucos!

Um dos pontos mais interessantes na primeira parte do show foi a atuação de Mike Orlando, parceiro de Portnoy nos tempos de Adrenaline Mob e que faz parte do ‘novo Noturnall’. Quem compareceu ao show viu o ‘absurdo’ que esse cara faz com a guitarra, colaborando para a execução primorosa de temas como Shadows, do álbum 9 (2017), e Cosmic Redemption, faixa-título do próximo disco de Bianchi e companhia.

A ‘parte II’, já com a presença de Edu, trouxe clássicos do Angra, como Nova Era e Rebirth, sendo esta última executada apenas pelo cantor no esquema ‘voz e violão’ – a nostalgia também comeu solta para os fãs de “Os Cavaleiros do Zodíaco”, por meio do tema Pegasus Fantasy, também tocada apenas por Edu. Veio então um momento épico, numa das mais emblemáticas e belas homenagens ao saudoso Andre Matos. Ali no palco, os dois vocalistas que substituíram Andre na década passada – Edu foi seu sucessor no Angra, e Bianchi, no Shaman – prestaram um tributo ao ícone com Carry On, cantada em uníssono pela plateia. O momento mais emocionante, sem dúvida alguma.

Veio então a última parte da ‘trinca’. Ovacionado por seus fãs, Portnoy mostrou aquilo que todos esperavam dele: uma aula de bateria e boa interação com os presentes. Faixa que abre Train of Thought (2003), sétimo álbum de estúdio do Dream Theater, As I Am iniciou de forma avassaladora a ‘parte III’ desse ataque sonoro, tendo Edu mandando ver nos vocais. A próxima, Under a Glass Moon de (Images and Words, de 1992), teve Bianchi como frontman e mostrou o quão afiada ainda é a parceria entre Portnoy e Orlando, que revisitaram também o poder de fogo de canções do Adrenaline Mob: Hit the Wall, Indifferent e Undaunted, todas de Omertà (2012).

A noite ainda reservaria algumas preciosidades, como Scream for Me, mais recente petardo do Noturnall e que, inclusive, tem a participação de Portnoy na gravação. Ainda houve tempo para o cover de Cowboys From Hell, do Pantera, e mais uma de Images and Words, no caso Take the Time. Um encerramento digno de uma noite marcante desta seleção do metal. Que BH possa receber mais eventos desse porte, com ícones do metal nacional e internacional e a presença de bandas brasileiras que buscam um lugar ao sol!

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