A banda gaúcha SLOW retorna às atividades com o lançamento do álbum “Lágrimas de Ícaro”, lançado em junho de 2019 e apresentando regravações dos clássicos da banda e músicas inéditas. A formação que deu vida ao CD contou com os integrantes originais Lauro Levandowski (guitarra/baixo e vocal) e Marcelo Wolff (vocal) acompanhados de Daniel Fontoura (bateria e vocal). Sobre o retorno, Lauro comenta que “durante esses trinta anos que se passaram, muitas pessoas comentaram sobre a banda e desde 2010 existe material raro daquela época no Soundcloud. Após o lançamento do livro Tá no Sangue – A História do Rock Pesado Gaúcho, a vontade de trazer à vida aquela sonoridade pesada e clássica surgiu, e cá estamos nós, com “Lágrimas de Ícaro”!”.
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Inicialmente o plano era gravar 14 músicas da banda, originais da década de 80, porém o vocalista original Marcelo entregou cinco músicas e sugeriu um EP, enquanto Lauro incluiu e cantou músicas novas e algumas antigas. Daniel cantou outras novas e o resultado final se tornou um registro que mescla o passado e o presente da banda, onde todos os músicos se revezam nos vocais.
A banda SLOW surgiu na efervescente cena Rock/Metal de Porto Alegre do início da década de 1980, dividindo o palco com bandas como Astaroth, Pesadelo, Taranatiriça, Asgard e inúmeras outras da cena gaúcha. Os primeiros shows foram em colégios nos bairros Santana e Cidade Baixa. O som pesado cantado em português mencionava o lado podre da humanidade nas letras. Após formar um razoável público a banda decidiu produzir uma temporada no Teatro do IPE. A batalha com a censura foi árdua e a burocracia envolvida também foi complicada. Na ocasião a banda fez contato com diversos músicos locais e tornou-se cada vez mais influente e incluída no cenário do Rock e Metal local. Alguns de seus grandes feitos foi uma abertura para o Taranatiriça e participação no primeiro festival de Heavy Metal gaúcho, realizado no Auditório Araújo Vianna em dezembro de 1984. O Araújo Vianna era o palco do movimento Rock na cidade, recebendo ao longo da década de 1980 inúmeros shows de bandas gaúchas, brasileiras e internacionais. A banda ainda tocou em bares populares na época como o Rocket 88 do Mutuca e nos primeiros festivais organizados pelos grêmios estudantis de colégios como Anchieta, Instituto Porto Alegre (IPA), Santo Antônio, entre outros.
No final de 1985 a banda mudou de estilo, buscando conquistar espaço nas rádios. Na época, a banda era composta por Lauro Levandowski (guitarra), Marcelo Wolff (vocal), Leandro Grando (baixo), Odir Goulart (bateria) e Alencar Heidrich (teclados em ’84 e ’85). Em meados de 1986, Lauro muda-se para São Paulo, enquanto Alencar forma sua própria banda e os demais integrantes seguiram em atividade principalmente em encontros mensais no estúdio Nazari no bairro Praia de Belas juntamente com Lauro, que retornava mensalmente para os ensaios. Em 1988 Leandro saía da banda e Marko assumia o baixo, adotando assim um novo nome: THOMAS BUTTERFLY. Interessante notar que três dos quatro membros originais da SLOW permaneceram nessa primeira formação da THOMAS BUTTERFLY que seguiu assim até final de 1989 quando o baterista Odir sai da banda, encerrando-se um ciclo e dando início à outro.
A THOMAS BUTTERFLY, que seguiu até 1990 com Lauro e Marcelo (originais da SLOW) acompanhados de Marko e Daniel Fontoura (que entrou em 89), iniciou sua história com ótimas gravações e ótimos shows, mas na loucura dessa energia acabou se dissolvendo em 1991 quando Lauro, Daniel e Asdrubal iniciaram o trio que seguiu até 1994. Lauro e Marcelo retomaram a parceria na década de 2000 juntamente com Romano Duarte e gravaram quatro CDs e fizeram alguns shows, encerrando as atividades em 2006. Em 2014, um novo retorno da THOMAS BUTTERFLY: Daniel convoca Lauro e Marcelo e inicia-se um novo ciclo de quatro CDs e muita divulgação pelas redes sociais, mídia e rádios online que segue até hoje.
Com o lançamento de “Lágrimas de Ícaro”, a SLOW busca se reconectar com o passado e almeja um futuro, concentrando suas atividades em paralelo com a THOMAS BUTTERFLY, que segue uma linha mais Progressiva. Lauro Levandowski finaliza: “Slow e Thomas Butterfly possuem o mesmo DNA, mas com o tempo as influências foram se moldando, então se com a Slow temos um som mais pesado e direto, com a Thomas podemos inserir elementos mais viajantes e progressivos, mas sem abrir mão do peso. Nestes mais de três décadas de música tudo o que queremos é ter liberdade musical e poder mostrar ao público um som de qualidade e que faz jus à nossa história. Em breve anunciaremos o primeiro show deste retorno e mesclaremos o novo e o antigo para celebrar o lançamento de “Lágrimas de Ícaro”!”.
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