Texto: Pedro Alberto Viana
Fotos: Alex Cavalcanti
Ouvir o nome Sonata Arctica é no mínimo a causa de uma nostalgia desenfreada naqueles que viveram não só o que, em minha opinião, foi o auge da banda ali entre 1999 e 2001, quando a mesma lançou os que considero seus melhores discos, Ecliptica e Silence. Já parcialmente influenciado por estes fatos, esperava muitos clássicos desta época em meio ao setlist.
Iniciando o show, observo uma banda que aguça seus ouvintes com a excelente “The Wolves Die Young”. Seu refrão e suas melódias marcantes parecem cativar um público que ainda anseia por ouvir os grandes clássicos.
Na sequência, “The Last Amazing Grays”, “Storm the Armada” e “Paid in Full” fazem prevalecer uma aura que permaneceria durante toda a noite no Circo Voador. A banda trouxe aquele clima bem finlandês pro show, que mesmo em fim de verão trazia aquele ar bem invernal com melodias que nos fazem ate vislumbrar grandes montanhas cobertas de neve.
Ao começar “Sing in Silence” a banda finalmente mostra ao que veio e a plateia também, que a canta em alto e bom tom, afirmando que não importa a banda, clássico é clássico. “Kingdom for a Heart” segue na mesma linha, e já demonstra um público que para além da aura antes citada agora parece coberto de felicidade por ouvir dois clássicos em sequência. Na sequência, “Caleb” reforça ao público mais animado a aura mais atmosférica do show que por agora acalma a todos para o que viria mais para a frente. “Closer to an Aninal” parece deixar os fãs um pouco perdidos, mas o que de fato deixa os fãs em extase é “Black Sheep” que em meio a seu refrão super cativante e o belíssimo dueto de solo de guitarra e teclado, transborda no palco o que o Sonata sabe fazer com competência de sobra.
“Broken” e “I Have a Right” nos trazem novamente um momento mais sereno no show mas agora os fãs já tomados pela energia dos clássicos, aceitam de braços abertos a tudo que a banda tem a oferecer. Em meio à expectativa e ansiedade de quem não sabia quais clássicos ainda viriam, a banda inicia “Tallulah” que literalmente encanta a todos com tudo que uma balada de respeito precisa. Tomados pela emoção e por um Tony Kakko extremamente competente, carismático e feliz por estar ali; de forma descontraída, sentado em um práticavel do palco, inicia “Fullmoon” deixando o público cantar todo seu verso inicial. Simplesmente algo de arrepiar a qualquer fã. Do início ao fim, este que é o maior clássico da banda por si só já garante que foi um belíssimo espetáculo.
Para o “grand finale”, a banda volta ao palco após uma despedida que obviamente tinha cara de bis, para tocar “The Cage” e “Dont Say A Word”. No final do show Kakko pede a todos que cantem junto dele, um clássico: “Vodka” que não só deixa a marca finlandesa no palco, mas também nos sorrisos e coração de todo público.
Para quem esperava um show repleto de clássicos dos 25 anos de banda, esta foi uma apresentação com varias lacunas deixadas em branco, mas o carisma da banda aliado à arte de mesclar as diferentes temperaturas do setlist e com clássicos arrebatadores no meio, o Sonata mostrou que de fato, de passado vive o museu e as bandas vivem de toda sua trajetória.
SONATA ARCTICA SETLIST:
Always Look on the Bright Side of Life
(Monty Python song)
The Wolves Die Young
The Last Amazing Grays
Storm the Armada
Paid in full
Sing in Silence
Kingdom for a Heart
Caleb
Closer to an Animal
Black Sheep
Broken
I Have a Right
Tallulah
FullMoon
Encore:
The Cage
Don’t Say a Word
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