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STEVE GRIMMETT’S GRIM REAPER

Fortaleza finalmente se orgulha de receber algumas bandas internacionais que antes só se apresentavam em estados das regiões Sul e Sudeste. Através de produtoras como a Gallery Productions, de Emydio Filho, bandas como o lendário Grim Reaper finalmente confirmaram shows na cidade. No sábado, 26 de setembro, fomos ao Let’s Go Rock Bar para conferir o show da banda liderada por Steve Grimmett, um dos cinco vocalistas cotados para assumir os microfones do Iron Maiden quando Bruce Dickinson deixou a banda (outros, por exemplo, foram o brasileiro Andre Matos e Blaze Bayley, que acabou ficando com a vaga). Contamos a seguir como foi o show que os fãs de Fortaleza não esquecerão. Infelizmente, não muitos fãs.

O baixo cavalar em “Wings of Freedom” anunciou que o Final Prophecy, grupo local formado por João Junior (vocal), Allex Thauan e Helias Vull (guitarras), Douglas Marques (baixo) e Glauco Luiz (bateria), já estava pronto para aquecer os fãs de NWOBHM que tinham ido naquela noite de sábado ao Let’s Go Rock Bar, o mais novo espaço do Rock da cidade, para ver o lendário Grim Reaper. “Lost In The Wonderland”, com belo solo e som já mais cristalino veio seguida de “Against The Storm”, cuja introdução seria impossível ser menos Iron Maiden. A faixa ainda tem um belo solo de baixo. João Júnior, vocalista que vem se destacando na cena (e também toca em uma banda tributo ao Maiden e foi recentemente convocado para ser um dos vocalistas do projeto Heavy Metal All Stars Ceará) puxava as palmas da plateia. A longa e complexa “Beyond What You Can Believe” foi mais uma que marcou presença. Para terminar o show, a melhor, claro, tinha que vir por último. “Lord Have Mercy” tem tudo para conquistar os fãs de NWOBHM (até o “Ô ô ô” e faz com que a banda tenha a incumbência de lançar sua demo o mais rápido possível. Precisamos botar a mão em um trabalho deles.

Saindo do estilo da primeira banda e da banda principal, um pouco de entropia foi adicionado pela Soul In Agony. E o massacre (também nome de uma das músicas) começou com muito Thrash Metal e guturais em português da Soul Agony. A precisão e, ao mesmo tempo, violência com que Nilton agride a bateria são impressionantes. Rodrigo, o vocalista, apresentou a banda antes de essência maligna. Os companheiros de brutalidade são o guitarrista Cassiano e o baixista Henrique (também da Encéfalo). Outro momento de destaque foi a bem cadenciada “Coletor de Almas”, faixa nova, do próximo EP da banda. Com o som destruidor “Corpos Apodrecidos”, a Soul In Agony terminou de dar o seu recado.

O show do Steve Grimmett’s Grim Reaper começou logo com um grande sucesso, a aniversariante “Fear No Evil”, que não deixou alternativa para o público senão ser completamente arrebatado e cantar junto o refrão. Assim como no disco homônimo, ela foi seguida por “Never Coming Back”. Adianto que no show, todas as faixas do álbum seriam cantadas pelo simpático quarteto que tão bem representava ali o glorioso Grim Reaper de outrora. Pete Newdeck, na bateria, detona. Ian Nash, na guitarra, e Ritchie Walker, nos graves, apesar de não terem participado das gravações originais, fogem de apenas reproduzir burocraticamente os sons do GR. E Steve Grimmett, dispensa apresentações. É o único membro da formação original e é hoje a alma do Grim Reaper e responsável pela longeva vida do grupo. E seu instrumento, a voz, ainda era tão poderoso quanto há trinta anos. Para ajudar, o som estava perfeito. Sem falhas, todos os instrumentos muito bem audíveis.

O disco seguiu na íntegra (e na ordem), com “Lord of Darkness (Your Living Hell)” e “Matter of Time”. Sobre o público, para quem, de vez em quando, apontava o microfone, Steve chegou a declarar: “vocês chutam bundas. Nós viemos aqui para chutar as bundas de vocês, mas são vocês que estão chutando as nossas”. O público enlouquecia a cada nota e entoou o coro “Grim Reaper”, “Grim Reaper”, “Grim Reaper” no final. Havia até quem ostentasse a característica foice (feita de isopor, diga-se) em meio à plateia.

Grimmett lembrou que estavam comemorando o trigésimo aniversário do álbum “Fear No Evil” e mandou o rock furioso “Rock & Roll Tonight”, seguido, como já disse, obedecendo a ordem do álbum, de “Let The Thunder Roar”, com Ritchie e Ian metralhando o público. “Vocês estão se divertindo?”, perguntou o vocalista antes de “Lay It On The Line”. Desnecessário. Todos ali estavam muito felizes, pulando feito loucos, principalmente no solo, até o trio de “novatos” completamente entregue às composições de Grimmett, Nick Bowcott, Dave Wanklin e Marc Simon.

Grimmett ainda fez uma pausa para escutar os pedidos, apesar de todos já saberem que mandariam “Fight For The Last”. A galera pedia “Lust For Freedom”, etc. O vocalista ainda assustou quem entendia seu inglês dizendo que era a última canção. Mas, na verdade, era apenas a última do “Fear No Evil”, “Final Scream”.

Comemoração feita, ainda havia mais para o show que, àquela altura, já tinha virado um de Thrash Metal – não no palco, mas no meio do público que, enlouquecido, se batia de forma caótica. As pessoas se abraçavam com felicidade, faziam crowd surfing (e muitas rodas punk que já vi em shows mesmo de Punk ou Thrash eram menos caóticas do que o que se via). O Let’s Go estava em ebulição em “Rock You To Hell”. O quarteto emendou “Night of The Vampire”, que manteve a galera no clima. “Estivemos em tantos lugares da América do Sul. Em nenhum foi como aqui. E vocês cantam mais também”, confessou Grimmett antes de mandar “Lust For Freedom”, uma das melhores do Grim Reaper e uma das mais pedidas. Era difícil ver alguém que não estivesse com os punhos para o ar. “Lindo”, exclamou Steve. E depois “Wrath of the Ripper”, primeira na noite de “See You In Hell”, o primeiro álbum do Grim Reaper, Grimmett ainda aceitou uma cerveja oferecida por alguém do público, bebeu a metade e fingiu negar o resto ao guitarrista (depois acabou dividindo com ele). A festa era geral, banda e público estavam se divertindo muito. E se Steve não chega a ter a mesma mobilidade de seu conterrâneo e contemporâneo Bruce Dickinson, que não para de correr de um lado ao outro do palco, sua simpatia é singular. “Liar” veio colada a “Rock Me ‘till I Die” e o público continuou pulando.

A energia frenética deu uma pausa para o momento mais emocional da noite. “Há cerca de cinco anos perdemos uma das maiores estrelas do Rock do mundo, um dos maiores cantores. Quero a ajuda de vocês para fazer este tributo”. Estamos falando de “Don’t Talk to Strangers”, cover do Dio, que muitos de nós não tivemos a chance de ver ao vivo. E a emoção tomou conta do Let’s Go. Foi tudo perfeito, o grande solo, o timbre do baixo, o vigor do baterista e a voz de Steve Grimmett.

“Waysted Love” foi anunciada como a última e contou com as costumeiras apresentações e solos de cada um dos músicos. Mas, sob o coro geral de “Grim Reaper”, “Grim Reaper”, “Grim Reaper” (de novo!), o quarteto voltou para o bis. “Fortaleza, vocês querem um pouco mais? Então, eu espero que vocês vão pro mesmo lugar que eu. Se forem, nos vemos no inferno. E a loucura toma conta do lugar de novo, ao som de “See You In Hell”.

Este foi mais um dos shows memoráveis que Fortaleza recebeu depois de marcar seu nome definitivamente na rota das bandas de Heavy Metal. O problema é que shows de bandas de menor porte ainda carecem de maior apoio. Quem foi ao show, emocionou-se, curtiu bastante, viu uma das melhores e mais enérgicas apresentações de uma banda de Heavy Metal na cidade para um público igualmente enérgico. Mas o número de pessoas ali ainda não foi o suficiente para uma produção daquele porte.

A Gallery Productions continua apostando no Ceará e realizando sonhos (quantos ali não sonharam por anos com a possibilidade de ver um show do ceifador sem ter que ir a nenhum aeroporto? Muitos, eu digo), mas o baixo comparecimento do público põe em risco esse apoio e a possibilidade de realização de outros sonhos. Não que não haja público para os shows, mas se Fortaleza quiser continuar recebendo mais de uma atração internacional na mesma semana (como já aconteceu algumas vezes e se repetiu nesta semana, embora sem choque de datas), os bangers de Fortaleza terão que saber que deverão fazer o esforço de comparecer aos shows (todos eles, respeitando-se, acima de tudo, o gosto pessoal, claro) e apoiar os produtores locais, sejam grandes ou pequenos. Não por benevolência, ou qualquer outro motivo mais altruísta, mas porque simplesmente gostamos de Heavy Metal mesmo, queremos shows de Heavy Metal em nossa cidade e temos que fazer a nossa parte. Foi uma pena para quem perdeu aquele show. Quem saía do Let’s Go, ao fim do show, tinha um sorriso no rosto e um sentimento de agradecimento. Quem ficou em casa, pode não ter uma segunda oportunidade.

Setlist – Steve Grimmett’s Grim Reaper:

1. Fear No Evil
2. Never Coming Back
3. Lord of Darkness (Your Living Hell)
4. Matter of Time
5. Rock & Roll Tonight
6. Let the Thunder Roar
7. Lay It on the Line
8. Fight for the Last
9. Final Scream
10. Rock You to Hell
11. Night of the Vampire
12. Lust For Freedom
13. Wrath of the Ripper
14. Liar
15. Rock Me ‘till I Die
16. Don’t Talk to Strangers (Dio Cover)
17. Waysted Love
18. See You in Hell

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