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SWALLOW THE SUN E WARSHIPPER – São Paulo (SP)

Texto e fotos: Heverton Souza

Não poderia haver antítese maior ao carnaval brasileiro que uma banda doom da Finlândia. E foi assim que um seleto grupo de pessoas decidiu passar o carnaval 2023, aquele tão sonhado primeiro pós-pandemia: ao som do mais depressivo e soturno formato do metal, aqui representado desta vez pelo Swallow the Sun. Não contente em quebrar o clima festivo da capital paulista, o quinteto também trouxe a umidade de suas terras gélidas, que somada ao período de chuvas do país, gerou uma bela tempestade na noite de sua apresentação na zona oeste da cidade.

Foram quase dez anos de espera pela volta da banda, que passou por aqui em 2014, em uma das edições do Overload Fest. De lá pra cá, três álbuns de estúdio foram lançados, cinco se contarmos que o interminável Songs From the North (2015) possui três partes, além dele, When a Shadow is Forced into the Light (2019) e o mais recente, Moonflowers, de 2021. Conversando com os fãs espalhados pela pista, foi curioso notar como não existe unanimidade entre os oito discos lançados em seus mais de 20 anos de carreira.

Em meio ao aguaceiro do lado de fora do Fabrique, às 18h30, antes mesmo do horário previsto para o início do evento, a banda paulista Warshipper deu início ao show de abertura. Anunciada como atração poucos dias antes, muitos ali estavam desavisados sobre uma banda de abertura e até desconheciam os rapazes do interior do estado. Compostos por ex-músicos de nomes como Zoltar e ByWar, o quarteto faz um death metal que vem passando por transformações ao longo dos seus 12 anos de carreira, chegando a flertar com o doom metal e o rock progressivo, principalmente em seu terceiro disco, Barren… (2020).

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Ainda assim, a banda optou por mostrar aos presentes seu lado mais Death Metal, mais agressivo, o que fez o público mais observar para conhecer e assimilar a banda, mas arrancou boas reações sobre o som do quarteto formado atualmente por Renan Roveran (guitarra e vocal), Rafael Oliveira (guitarra), Rodolfo Nekathor (baixo e vocal) e Theo Queiroz (bateria). Todos músicos exímios em seus postos e Renan ainda mostrou muita simpatia e humildade, agradecendo a todo momento pela oportunidade de estar ali, o que com certeza conquistou parte dos presentes.

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O set passou por todos seus trabalhos até então, com destaque para Axiom e Respect, ambas do já citado Barren… A banda ainda apresentou Religious, um novo som, que será parte integrante de seu quarto disco, com lançamento previsto ainda para o primeiro semestre desse ano.

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Tempo de espera, músicos do StS dando aquela ajustada no som, sem estrelismo algum, enquanto na pista rolava aquele bate-papo entre os doomers carnavalescos, regados à muito Hard Rock(!?!?). Em meio aos presentes, a figura de Gastão Moreira, nosso mestre mor da geração MTV com o extinto programa Fúria Metal. Nos peitos, camisetas de nomes como Katatonia, Moonspell, My Dying Bride, Opeth e até Cannibal Corpse. Todos ansiosos até que às 19h15 a intro começa a soar nos PAs e o clima gelado finlandês toma conta do espaço com o show do Swallow the Sun.

Os guitarristas Juha Raivio e Juho Räihä, o vocalista Mikko Kotamäki, o baterista Juuso Raatikainen e o baixista Pyry Hanski, que veio em tour no lugar de Matti Honkonen, deram início à apresentação com Enemy, uma das faixas de Moonflowers emendando com Rooms and Shadows com seu ótimo riff bate-cabeça! Ao iniciarem Falling World, parte do álbum New Moon (2009), já ficava nítido que o show seria composto pelos singles da banda, talvez uma escolha mais pensada em tempo de músicas e em agradar a fãs de todas suas fases. E foi um belo acerto!

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O álbum Emerald Forest and the Blackbird, lançado pelos finlandeses em 2012, é sem dúvida um dos discos mais cultuados da banda e ter a execução da faixa Cathedral Walls nessa noite, incluindo a voz de Anette Olzon (ex-Nightwish) soando nos PAs, foi arrepiante.

Firelights fez as vezes do fodástico When a Shadow is Forced into the Light e teve seu refrão cantando pelo público que mais observava e viajava por todo o show, mostrando como uma apresentação doom é diferente de tudo no metal, inclusive no que se refere à interação dos músicos, mas aqui, o guitarrista Juho Räihä se mostrou um cara agitado em devidos momentos, interagindo com o público, fazendo poses e jamais perdendo a deixa de mostrar como sola tão bem. O baixista Pyry Hanski também é mais “agitado”, mas só. Nem mesmo Mikko se movimenta em palco e se comunica muito pouco com o público. Mas se o leitor acha que isso é algum problema, é porque não está mesmo familiarizado com o clima soturno de um show desses.

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Ainda assim, ao anunciar Woven Into Sorrow, o vocalista ganhou um bem alto “gostoso” vindo da pista, então o clima carnavalesco também tinha vez na noite da depressão. Após Stone Wings, a vez de New Moon, que foi uma das mais ovacionadas pelo público, ela que é faixa-título do álbum lançado em 2009. E apesar de alguns pedidos pela música Hope, ao menos Don’t Fall Asleep representou seu disco. E para dar um basta na calmaria, This House Has No Home chega com seu blast beat e vocais rasgados.

Pausa para o falso fim de show, até que o baterista Juuso volta dizendo com tom de humor que eles vão tocar um samba pro público, mas um samba lento, estilo bossa nova. E ele ainda arrisca brincar com tal swing por alguns segundos, mais duro que um paralelepípedo, mas faz.

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Moonflowers Bloom in Misery trouxe o momento mais arrepiante e denso do show, arrancando aplausos e com destaque para a performance vocal de Mikko, com os backings do guitarrista Juho. Era chegada então a hora de voltar ao passado mais longínquo da banda, época em que o death metal melódico era parte maior em seu som, primeiro com Descending Winters, diretamente do álbum Ghosts of Loss (2005) e em seguida, para fechar a noite, Swallow (Horror, Part 1), do debut The Morning Never Came, que estreou a banda em 2003. Um ar de satisfação claramente tomava conta de todos ali, já que muitos não puderam estar presentes na primeira vinda da banda em 2014 e para eles em palco, faz uma diferença enorme visitar um país com seu próprio show e não apenas uma apresentação de festival.

E foi assim que o doomzeiro paulistano encerrou seu carnaval úmido e melancólico, mas com o mesmo sorriso no rosto daqueles que estiveram pulando como foliões em bloquinhos pelas ruas da cidade.

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