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THE LIGHTBRINGER OF SWEDEN: Nova luz no power metal sueco

Os riffs e as melodias emanadas das guitarras de Kai Hansen (Helloween, Gamma Ray), Adrian Smith (Iron Maiden), Leo Leoni (Gotthard) e Wolf Hoffmann (Accept) e a ópera-metal criada por Tobias Sammet com seu Avantasia atingiram os ouvidos de Lars Eng, criando dentro dele sua própria revolução musical. Em meados de 2017, o sueco começou a colocar em prática o sonho de seguir os passos de seus mentores. Três anos depois, esse anseio se converteu no debut de sua banda, o The Lightbringer of Sweden. Tendo a seu lado os competentes Jonas Andersson (guitarra), Johan Bergqvist (baixo) e Tobbe Jonsson (bateria) e contando com o brilho dos vocais de Herbie Langhans (Firewind, Avantasia), Lars já vem colhendo bons frutos com Rise of the Beast e mirando novos triunfos.

Antes de tudo, obrigado pela oportunidade da entrevista. E começo com o mais óbvio: como você está, Lars? E como você está neste momento de pandemia e apreensão que envolve o mundo todo?

Lars Eng: Muito obrigado por perguntar. Estou bem, passando muito tempo em casa com minha família. E tendo algum tempo para compor novas músicas.

E como o povo sueco está enfrentando essa situação?

Lars: Acredito que existem diferentes maneiras de como as pessoas estão encarando essa situação. A grande maioria da população daqui está enfrentando isso bem, mantendo distância e ficando em casa quando está doente. Mas sempre há pessoas que ignoram essa situação, e isso é triste. Porém, de uma forma geral, acho que estamos indo bem.

Falando então sobre o álbum Rise of the Beast, a repercussão tem sido muito positiva, pelo que tenho notado. Muitos sites estão recebendo bem o disco e apreciando sua veia power e de heavy metal clássico. O que pode dizer a respeito disso?

Lars: Estou impressionado com a repercussão. Quando compus o álbum, pensei como eu ficaria feliz se umas cem pessoas o ouvissem. Mas, agora, estou sem palavras. Todo esse feedback positivo dos fãs e de revistas e blogs realmente me deixou chocado, no bom sentido.

Aliás, quais são suas impressões sobre o resultado final de Rise of the Beast, no que se refere ao som, à produção, às letras…

Lars: Eu realmente amei o resultado final. O trabalho de Fredrik Nordström no Studio Fredman elevou o resultado final a um outro patamar, algo mais do que o esperado. Me sinto abençoado também por ter músicos tão bons comigo. Sem eles e seus esforços, eu não teria obtido esse resultado. Os riffs, as melodias e as letras são todos meus, mas Herbie, Jonas, Johan e Tobbe realmente elevaram (o álbum) a outro nível, colocando suas assinaturas nas músicas.

Falando então de Fredrik Nordström (In Flames, Soilwork, Dream Evil, Old Man’s Child), essa parceria será retomada no futuro?

Lars: Sim, Fredrik é um amigo meu. Ele fez um trabalho incrível neste disco, e como novato que sou, ele ‘puxou minha orelha’. E é claro que ele desempenhará o mesmo papel em meu próximo álbum.

Li que você cogitou Niklas Stålvind (Wolf) como vocalista. Mas hoje, com o álbum lançado e tendo escutado a performance de Herbie Langhans nos vocais, não consigo imaginar as músicas com outro vocalista. E você?

Lars: Não! Não consigo imaginar outro cantor no The Lightbringer of Sweden. E quando ouvi as músicas com Herbie, noto como elas se encaixaram tão bem a ele.

Acho que Herbie é um dos melhores vocalistas do gênero atualmente, tanto por seu trabalho no Firewind e no Avantasia, quanto por sua performance neste primeiro álbum do The Lightbringer of Sweden. Para você, qual a principal característica que Herbie possui que chama tanta atenção das pessoas?

Lars: Sim, é verdade. Ele tem uma voz muito original, e adorei sua voz desde a primeira vez que o ouvi cantar, que foi na (música) Dust to Dust, do SinBreed (N.R.: quarta faixa do álbum When Worlds Collide, de 2010). Isso foi muito, muito tempo atrás, e agora estou trabalhando com esse cara. Nem parece verdade. Acredito que sua principal característica seja sua voz ‘rouca’ (com drive), e seu alcance vocal é incrível. Há uma suavidade e agressividade ao mesmo tempo, e é isso que atrai tantas pessoas. Todos deveriam dar uma conferida no cover dele para Faithfully, do Journey (N.R.: O vídeo pode ser visto no canal oficial de Herbie no YouTube).

Quanto a você, como foi seu trabalho durante o processo de composição? O que te inspira na música e nas letras?

Lars: Eu não trabalho numa ordem específica ou com regras em torno do processo de composição. Às vezes, começo por uma melodia ou por um riff, mas não costumo iniciar com uma letra. Sempre componho aquilo que vem naturalmente e sempre tento manter as coisas de forma simples. Gosto do simples (risos).

A banda já tem quatro singles lançados, entre eles One by One, que, na minha opinião, é uma das melhores músicas da banda. É uma música simples, mas muito poderosa também, não acha?

Lars: Obrigado, eu realmente gosto desta música, e é a única na qual toco todas as guitarras. Eu amo a atmosfera dessa música e no que ela se tornou. A música não era para estar neste projeto, mas adoro sua atmosfera e encontrei uma letra que combinava com ela. E aqui está.

Outra grande canção é The Beast Inside of Me, uma linda balada cheia de sentimento. O que pode você poderia nos dizer a respeito dessa composição e suas melodias?

Lars: Essa música fala sobre ansiedade e delírios. ‘O diabo existe?’, ‘ou é apenas na imaginação de uma pessoa apavorada?’. A primeira parte é sobre ser caçado por demônios, e a segunda parte é sobre alguém se vendo através dos olhos do demônio. Para mim, essa é uma música muito forte. E acho que muitos, inclusive eu, conseguem se reconhecer na desesperança que a música transmite.

Por outro lado, Lightbringer parece representar o lado mais pesado do álbum, com riffs poderosos e, ainda assim, possuir um som melódico. Como é encontrar um meio-termo entre agressividade e melodia?

Lars: É engraçado você perguntar isso porque, honestamente, não penso muito nisso quando componho as músicas. É, provavelmente, uma combinação que amo: riffs de guitarra pesados e agressivos e melodias suaves.

O que podemos esperar do The Lightbringer of Sweden daqui para frente? Um segundo álbum, novos singles, videoclipes…

Lars: Sim, estou compondo algumas músicas novas agora e planejando um single para o início de 2021. Um álbum será feito durante 2021 também, e vamos torcer para que tudo dê certo (risos).

Uma curiosidade: existe alguma história por trás da escolha do nome The Lightbringer of Sweden?

Lars: No início, o nome era apenas The Lightbringer, mas depois que lancei o primeiro single, Skeletor, descobri que havia uma banda do Canadá com o mesmo nome. Então, acrescentei “of Sweden” para que não me confundissem com eles.

Para finalizarmos a entrevista, gostaria de propor a você um desafio. Qual seria seu guitarrista favorito?

Lars: Leo Leoni (Gotthard).

A banda que definitivamente mudou sua vida.

Lars: Edguy.

O álbum que mudou sua vida.

Lars: The Metal Opera (2001), do Avantasia.

Um músico com quem você gostaria de tocar um dia.

Lars: São muitos, mas trabalhar com Tobias Sammet, de alguma forma, seria uma benção.

O melhor álbum lançado por outro artista em 2020.

Lars: Metal Commando, do Primal Fear, é um disco incrível.

Um desejo.

Lars: Desejo uma vida longa e saudável para todos os meus familiares e amigos; neste momento isso é o mais importante. E fora isso, desejo lançar outro álbum com o The Lightbringer of Sweden e cair na estrada com esse grupo incrível de pessoas.

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