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THY ART IS MURDER – SÃO PAULO (SP)

08 de dezembro de 2024 – Hangar 110

Por Marcelo Gomes

Fotos: André Santos

A princípio, a turnê seria realizada em conjunto com a banda Whitechapel; no entanto, o vocalista Phil Bozeman anunciou que estava com problemas de saúde mental e decidiu cancelar a participação da banda na turnê. O evento, inicialmente marcado para o Cine Joia, foi transferido para o Hangar 110, mantendo a atração australiana no cronograma. Assim, no último domingo, a tradicional casa paulistana serviu como palco para um dos shows mais brutais e memoráveis da cena do deathcore, com o Thy Art Is Murder entregando um espetáculo de peso avassalador. Com um setlist impecável, os australianos transformaram o local em um campo de batalha, onde cada música foi recebida de maneira explosiva por um público completamente alucinado.

Com a atual formação composta por Tyler Miller (vocal), Andy Marsh (guitarra), Sean Delander (guitarra), Kevin Butler (baixo) e Jesse Beahler (bateria), o grupo trouxe um setlist devastador que levou o público ao limite, tanto físico quanto emocional. A abertura foi com Destroyer of Dreams, e o show começou como um predador à espreita: calculado e mortal. As rodas se iniciaram a pedido de Miller, e a plateia foi instantaneamente tragada pelo peso das guitarras, criando uma onda de energia que explodiu em Blood Throne, uma música que transformou o recinto em um mosh pit caótico. Cada breakdown foi um convite à destruição, aceito sem hesitação pelo público que já se entregava completamente.

A sequência de Death Squad Anthem e Make America Hate Again foi um momento de pura loucura. Tyler canalizou sua agressividade em cada verso, enquanto os riffs cortavam o ar como lâminas. O público, em resposta, gritava as letras como se fossem um manifesto de resistência. Os circle pits nesse momento tomaram conta da pista, refletindo a intensidade sonora que dominava o ambiente.

Slaves Beyond Death trouxe momentos de pura brutalidade, com blast beats na velocidade da luz executados com perfeição por Jesse Beahler. A pista parecia um pandemônio na Terra, com um dos mosh pits mais brutais da noite. Já a sombria e cadenciada Join Me in Armageddon criou uma conexão quase espiritual entre banda e plateia. A cada breakdown, o Hangar 110 parecia pulsar como um organismo vivo, alimentado pelo som e pela energia visceral de quem estava presente.

Quando os primeiros acordes de Holy War soaram, o público respondeu com uma devoção quase religiosa. Este hino da banda trouxe uma das maiores reações da noite, com cada voz no recinto entoando a letra com uma intensidade que rivalizava com a própria entrega da banda, em especial quando um fã que subiu ao palco e conseguiu cantar alguns versos da música junto com eles, representando um grito coletivo contra as injustiças.

A banda seguiu com The Purest Strain of Hate, demonstrando sua habilidade de equilibrar técnica impecável com uma brutalidade absurda. A intensidade continuou com Godlike, perpetuando o caos enquanto o público se movia como uma massa unificada, absorvendo cada nota como se fosse um golpe direto no peito. Keres chegou como uma tempestade sonora, arrancando cada resquício de energia que restava no público. Uma pequena trégua veio com Everything Unwanted. Seu início melancólico, entoado pela voz maléfica de Tyler, preparou o terreno para uma faixa cheia de climas e dinâmicas, carregada de peso e dramaticidade, provando que a banda ainda mantém sua qualidade e criatividade nas novas composições.

O clímax do show veio com Reign of Darkness, clássico absoluto que levou os fãs ao delírio. O público incansável se entregava como num ‘carpe diem’, sob um calor que fazia o local parecer o inferno na Terra. Puppet Master encerrou a noite com um golpe final de peso e técnica, deixando a plateia em êxtase. Quando a última nota ecoou, a energia no ambiente era um misto de exaustão e alma lavada.

O show do Thy Art Is Murder não foi apenas um espetáculo musical; foi uma experiência imersiva e catártica. A banda mostrou por que está no topo da cena do deathcore, com um equilíbrio perfeito entre brutalidade sonora, técnica apurada e entrega emocional. O público, por sua vez, não foi apenas espectador, mas se entregou de corpo e alma, criando um evento que transcendeu o palco. Quem estava lá viveu um momento único. Quem não estava, perdeu mais do que um show: perdeu a chance de vivenciar o caos e a perfeição em seu estado mais puro.

 

Setlist
Destroyer of Dreams
Blood Throne
Death Squad Anthem
Make America Hate Again
Slaves Beyond Death
Join Me in Armageddon
Holy War
The Purest Strain of Hate
Godlike
Keres
Everything Unwanted
Reign of Darkness
Puppet Master

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