fbpx
Previous slide
Next slide
Previous slide
Next slide

TRIBAL SCREAM: LEGADO SAGRADO

Após passagens por Krisiun, Torture Squad, Matanza e Matanza Inc., o guitarrista Mauricio Nogueira nutria a necessidade de iniciar um projeto: “com a pandemia, não havia muita alternativa a não ser compor. Inicialmente, pensei num disco solo, e o primeiro vocalista seria o Vitor”. A reação do ex-cantor do Torture Squad e do Voodoopriest aos primeiros sons foi o estopim para uma “mudança de planos”: “o Maurício me pediu para escolher uma música para cantar. Só que eu simplesmente adorei todas”. Pronto, veio à luz uma nova banda, que viria a lançar o EP Tribal Scream (2020) e o álbum Sacred Legacy (2021), primeiros (e brutais) rebentos do Tribal Scream, quarteto que conta ainda com o baixista Vinnie Savastanno (ex-Playriff, Army e Rygel) e o baterista Otavio Ranthum (UnderVoice), substituto de Rômulo “Minduim” (Ave Noturna, Victorizer), responsável pelas baquetas do full-length.

Para muitos fãs do Torture Squad da década de 2000, havia uma grande expectativa em cima do Tribal Scream, até porque ali está um legado e tanto do que o Vitor e o Mauricio fizeram pela banda e o death/thrash nacional.
Vitor Rodrigues:
Me lembrei o quanto o Mauricio era um compositor tão bom e que juntos criamos sons muito fodas na época do Torture e que renderam dois discos que gosto muito – Pandemonium (2003) e Hellbound (2008). Isso gerou uma expectativa enorme para voltarmos a compor juntos novamente.
Mauricio Nogueira: Logicamente o primeiro público que abraçou a banda vem de fãs do Torture Squad, por conta de nossa passagem ser marcante por esses dois discos, porém, tem muita gente também curiosa que me conheceu no Matanza e quer conhecer um trampo totalmente voltado ao metal.
Vinnie Savastanno: Como fã daquela época, que acompanhou tours do Pandemonium e do Hellbound e tendo esses dois discos como essenciais, digo que a expectativa era absurda, aquele feeling de “reunion” que a gente tem com banda que curte.

Um ponto interessante vem de um discurso do Mauricio, que sentia a necessidade de ter um grupo com um som próprio após tocar em “bandas de outras pessoas”, por assim dizer. Com o EP Tribal Scream (2020) e o álbum Sacred Legacy (2021) lançados, qual o sentimento que vem à tona pegando como base esse discurso anterior?
Vitor:
O Mauricio é um dos maiores guitarristas do Brasil. E o talento dele é enorme. Era questão de tempo apenas para ele gravar músicas autorais, saídas de sua mente criativa, e o sentimento que tenho é de gratidão ao universo pelo fato de acontecer agora com o Tribal Scream.
Mauricio: Na real, eu precisava botar minha criatividade para fora. Sempre fiz muitos riffs, mas eles nunca se encaixaram no Matanza, por exemplo, lembrando que sempre tive total liberdade de apresentar ideias nas bandas. No Matanza, o Donida (guitarrista) sempre ouvia com atenção as coisas que eu mostrava, mas só saia uns thrash/death metal. Senti que era tempo para isso: mostrar minha música e meu trabalho como compositor, ter uma banda, sabe. E digo que estou bem feliz com tudo e que tem muito mais pela frente.

Minha pergunta também se deve ao fato de que o Tribal Scream nos passa realmente o mais puro sentido de banda, já que todos colaboram de alguma forma, seja com letras, composições, arranjos ou outros detalhes que fizeram a diferença. Queria que nos falassem a respeito disso, dessa divisão e, ao mesmo tempo, dessa unicidade dentro do Tribal Scream.
Vitor:
O que é muito legal no Tribal Scream é que somos quatro compositores e todos nós temos total liberdade de expor nossas ideias e opinar sobre as ideias dos outros, buscando o melhor para a música. Isso contribui imensamente para que tenhamos sempre ideias e que possamos escolher as melhores.
Mauricio: Isso foi a primeira coisa que pensei e coloquei como regra na banda. Aqui é tudo dividido igualmente, não há nada que não seja decidido sem opinião da banda e das pessoas que trabalham conosco. Músicas, direitos autorais, tudo sempre dividido igualmente. E sempre será assim. Não importa quem sair ou quem entrar.

Além da música, o próprio nome da banda chama atenção. Em um sentido mais amplo, é como um grito oriundo dos oprimidos. E isso se manifesta nas letras e na interpretação do Vitor.
Vitor:
Quando estávamos pensando em um nome para a banda, comecei a escolher algumas palavras que soassem bem, e uma das que eu tinha gostado era “tribal”, porque se referia tanto à causa indígena, tema que eu havia abordado no Voodoopriest, quanto a outras tribos, como nós, headbangers. Um dia, estava assistindo a um documentário da Joan Jett (Bad Reputation, de 2018), e ela menciona a expressão “primal scream”. Na hora pensei: Tribal Scream! Na época do Torture Squad, minhas letras estavam mais relacionadas a temas sobre guerra, ódio, morte etc. A partir do Voodoopriest, comecei a escrever sobre assuntos pessoais, como minha ascendência indígena. No Tribal Scream, quis continuar escrevendo sobre temas relacionados à causa indígena e também sobre minha vida, minha família e minhas reflexões. Metal “good vibes” (risos).
Mauricio: É necessário que tenhamos posições sobre esses assuntos, não dá para se calar diante de tudo de ruim que rola hoje. Não somos alienados e nem fazemos de conta de que não há racismo, preconceitos, opressão religiosa e cultural. Estamos na batalha para que o lugar onde vivemos se torne melhor e principalmente mais justo.
Vinnie: Não tenho tempo para falar de inferno, dragões ou bebedeira na Califórnia. Tem gente que faz isso por aí com muito mais maestria do que eu. Sempre vou parar naquele lado hardcore do “tapa na cara”. Não tenho pretensões de ser um “Felipe Neto do metal”, mas tem hora que um chacoalhão é necessário.


Qual o impacto do EP, pela repercussão e também em um sentido particular em suas carreiras e trajetórias? Obviamente que ali está o cartão de visitas, mas qual seria a grande cartada para o ótimo resultado apresentado nas três faixas?
Vitor:
O primeiro passo é sempre determinante para o futuro, neste caso, do Tribal Scream. O impacto foi profundo, porque as três músicas foram compostas e gravadas em meio à pandemia, e isso influi na criatividade e no momento da gravação. Felizmente, o Tribal Scream tem músicos talentosos que tocaram de forma honesta e genuína no EP, levando-se em conta toda essa situação que estamos passando hoje em dia. Das músicas que o Mauricio e o Vinnie compuseram, Tribal Scream, I Am God e Refuse It foram as que ficaram prontas primeiro, inclusive o Vinnie já tinha escrito a letra inteira da Refuse It. Estávamos em meio à pandemia, a gente não podia se encontrar para ensaiar, então cada um fez sua parte em casa.  A gente conversava muito por WhatsApp, opinando sobre os sons. Quando a gente foi gravar, a epidemia ainda estava rolando, e não podíamos aglomerar dentro do estúdio. O jeito foi cada um gravar em dias diferentes. Até aí tudo bem, porque muitos músicos gravam em dias diferentes. Porém, a gente nunca tinha ensaiado pessoalmente. Isso foi uma quebra de paradigmas, porque nunca imaginaria que eu poderia gravar um disco com uma banda sem nunca termos ensaiado.
Vinnie: Eu amo aquele EP. E agradeço demais ao Rodrigo e ao Rambo do Estúdio Casa 39, que nos deram essa gravação de presente. Mas ali era o famoso “começo de namoro”, e a gente ainda estava entendendo como iríamos soar. Obviamente, a gente sabia onde queria chegar, mas ele serviu mais como “pé na porta” para mostrar à galera que a gente chegou sem tempo para brincadeira. Esprememos aquelas três faixas em todo lugar possível durante o ano (2021) que passou. Eu acho que o resultado ficou bom, porque a gente jogou para o time. Deixamos os sons de uma forma direta e sem firula, justamente porque tinha que ser um recado rápido para a galera.

Nota-se uma constelação de riffs no álbum Sacred Legacy, que, ao vivo, vão ser muito convidativos ao mosh e ao headbanging.
Vinnie:
Nós pensamos o disco todo para que fosse algo que funcionasse ao vivo. Vitor sempre expressou o desejo de que os shows fossem uma celebração, que a galera se divertisse. Sim, tocamos death/thrash metal e te queremos feliz, amigo (a/e/u) headbanger. Não quisemos entupir de quebradeiras e partes complexas justamente para ficar algo fluido e divertido de ouvir. Particularmente, fiz o disco que eu gostaria de ouvir se fosse um fã do Mauricio e do Vitor esperando o material novo deles. É clichê, mas foi de fã para fã. Bota fé!

Musicalmente, gostaria que falassem das camadas do Sacred Legacy. As três primeiras faixas são pedradas de thrash/death, cada uma com texturas diferentes, inclusive para os vocais. Como foi o processo de composição e lapidação dessa trinca formada por To Each His Own, Out of This Hell e We Shall Remain?
Vitor:
Durante a composição do disco, a pandemia continuava, e a gente não podia ensaiar, então cada um compunha sua parte em casa. Eu ouvia as bases que os caras me mandavam. Ficava cantarolando umas linhas melódicas, como sempre fiz, e escrevia minhas ideias no papel. Tenho pilhas de cadernos com letras escritas (risos). E estou sempre mudando as letras, sempre melhorando. Até o dia da gravação, ainda estava alterando uma frase ou outra. É por isso que os caras não sabiam exatamente como ia ficar a parte vocal. Sou um grande fã de refrãos pegajosos, e neste álbum eu quis trabalhar bastante em cima dos refrãos. O que me deixou bastante satisfeito foram meus vocais agressivos, porém melodiosos, tanto nos versos como nos refrãos.
Mauricio: Bem, o processo não tem uma fórmula, normalmente é uma junção de riffs. E aí vamos vendo o que soa melhor com o quê. As ideias musicais vêm, na maioria, de mim e do Vinnie. Vamos fazendo as bases, colando trechos e passamos ao Rômulo “Minduim”, que estuda a melhor levada a fazer. O vocal é sempre o último, e o Vitor nunca mostra as melodias de voz antes (risos). Daí quando ele grava, a gente fica lá: “o que ele vai fazer?”. Ele chega e transforma a música (risos). Às vezes chegamos com músicas prontas, O Vinnie me manda uma música, e eu dou uma “tribalizada”, mudando uns acordes, palhetadas para ficar confortável para tocar e sempre penso ali quando a galera pode bater cabeça, onde pode sair na porrada (risos) e onde pode ficar viajando (mais risos).


Já a quarta música, Party Rock (With My Heroes), traz outra vibe, que flerta até com o hard/heavy, não apenas pela sonoridade, como também pela vibração.
Vinnie:
Foi a última música composta. A gente estava até com o estúdio agendado já. O Maurício me mandou um vídeo do riff principal e falou “acha muito Journey?”, E eu falei: “sim. E é perfeito!”. A letra foi uma surpresa e um presente do Vitor para todos os bangers, incluindo a banda, porque a gente não sabia o que ia sair até a hora em que ele mandou a primeira versão gravada. Para quem não sabe, devido à pandemia, nós gravamos em Santos (SP), e o Vitor, em Extrema (MG).

Depois temos mais três petardos, antes do encerramento com Solitude, que carrega elementos doom. E dentro disso, a pergunta que faço é: acreditam que em termos de metal extremo, este é o álbum mais variado que vocês já fizeram ou está entre os mais variados?
Vitor:
Com certeza! Para mim, foi desafiador compor linhas melódicas e fazer vocais para músicas em estilos que eu nunca tinha trabalhado antes, como na Solitude e na Party Rock. A Party Rock, no começo, me deixou bastante preocupado, porque não sabia exatamente o que fazer com ela. Depois que ficou pronta, me deixou supersatisfeito e orgulhoso.
Mauricio: É o trabalho mais variado de toda minha carreira, com certeza. Os timbres, a execução e a composição, o som geral do disco que o Leeo (Mesquita, produtor e guitarrista e vocalista do Surra) tirou… Essa música (Solitude) é bem antiga e, com a contribuição de todos, ficou muito melódica. E tem um solo ali que eu fiz em homenagem ao Tony Iommi. Quer dizer, copiei (risos).

Vinnie: Me intrometendo na pergunta e respondendo como fã, com todo o respeito e admiração que eu tenho por Torture, Matanza e Matanza Inc., para mim é o melhor trabalho dos “veios”!

Foto: Amaury Kazuaki

Em termos técnicos, como foi o trabalho de produção do Leeo Mesquita (Surra)? O que ele trouxe de mais interessante para a consolidação do som brutal que ouvimos no disco?
Mauricio:
Cara, o Leeo foi fundamental, e ele é responsável pelo som do disco ser tão bom. Eu já tinha trabalhado com ele numa gravação do cover do Vulcano num EP do Surra. Ele é “o“ guitarrista, e eu queria um som de banda, sabe, soando como banda. Ele deu altas ideias, e embarcamos. “Vamos fazer isso?”. “Vamos!”. E assim foi.
Vinnie: Leeo foi fundamental no resultado desse disco. Ele entendeu o que o Mauricio queria, o que eu queria, como o Minduim, que chegou depois, se encaixava nos sons e como respeitar a tradição do Vitor. As músicas são boas, sim. Mas ele pegou ali nos detalhes de um jeito essencial para a pancada que vocês estão ouvindo. Ele conseguiu pegar todo o peso da carreira do Mauricio e do Vitor e fazer soar coeso com a modernidade que vem de mim e do Minduim. Pegou dois trens, de gerações diferentes, em rota de colisão e os transformou num trem bala. PS: o riff de baixo no começo da Out of This Hell e a paradinha no refrão da Gruesome but Silent foram ideias dele. O cara é foda!
Vitor: Por causa da pandemia, decidimos que seria mais fácil gravar em um estúdio perto de onde eu moro.  Por indicações de amigos conheci o Cristian Dias, que, além de ser vocalista da banda The Damned Human Flesh, é produtor e tem um home studio em Extrema (MG). Cheguei a gravar uma ou duas músicas lá, porém ele deu a opção de levar o home studio dele para minha casa. Ele captou meus vocais perfeitamente, e eu gravei um disco totalmente à vontade, de boas, na minha própria casa, de chinelo e bermuda! Registrou magistralmente meus vocais, levando toda a equipe dele para minha casa.

Aliás, falando em Surra, trata-se de uma das bandas que estão aí no corre do underground, assim como Manger Cadavre?, Desalmado, Eskröta e outros nomes novos e/ou emergentes, além das bandas já com décadas de estrada e as clássicas. Qual análise vocês fazem da cena atual do metal e para onde essa cena está acenando? O que os próximos anos indicam, na visão de vocês?
Vitor:
A cena continua firme e forte, e o que vemos é que ela está em constante mutação, e, seguindo essa ideia, podemos vislumbrar um futuro promissor. Tem muitas pessoas talentosas criando música boa. Espero que elas encontrem condições para viver dessa arte, que consigam fazer shows, enfim, espero que as bandas continuem vivendo de sua música e que não desistam apesar dos downloads, da pandemia, das mudanças na indústria musical. E é vital que as pessoas continuem indo aos shows dessas bandas, isso contribui para a continuação e o fortalecimento da cena também!
Mauricio: Amo essas quatro bandas, sou amigo delas e acho que essas quatro bandas, especificamente, são importantes pelo posicionamento, pelas letras e pela atitude. Espero sinceramente que o metal nacional vá nesta direção. Esse papo de cena é meio chato, te coloca dentro de uma redoma. E metal para mim deveria ser liberdade, sem preconceito. Mas estamos longe de uma situação assim.

Esse álbum nos dá margem para novas camadas ou direções para a banda no próximo disco? E ainda nessa linha, já há novas composições a caminho?
Vitor:
Fazer um disco variado não foi algo intencional, e por isso não tenho como lhe dizer se os próximos serão assim também. O importante é que tudo gira em torno do respeito que cada um tem pelo outro, porque isso contribui para criar um ambiente positivo para se trabalhar. Queremos lançar um novo EP mais para o fim do ano (2022). Temos liberdade total e territórios para explorar. Quero muito colocar um pouco de hardcore em alguns sons e fazer sons mais doom metal, músicas curtas e outras mais longas.
Vinnie: Tenho alguns riffs e um som pronto que é algo tipo Nile com solo à la Maiden do Killers (1981). Mauricio já mandou um som também, fora o que sobrou do (processo de composição do) Sacred Legacy.

Pergunto isso também porque, contando o EP e o álbum, houve um material de alto nível em um curto espaço de tempo.
Mauricio:
Nosso plano é ter lançamentos em todos os anos, seja em forma de EPs, singles e álbuns. Hoje não dá para ficar três anos entre um lançamento e outro, é tudo muito urgente. Não sei se isso é bom, mas é o caminho atual.

Falando do passado, queria saber qual o sentimento, Vitor, quanto a duas efemérides, os 20 anos de The Unholy Spell, completados em 2021, e os de Pandemonium, a serem completados em 2023, dois clássicos do Torture Squad e do nosso death/thrash.
Vitor:
Quando gravei os discos não imaginava que seriam representantes de um legado, porque quando a gente compõe um álbum não pensa no que vai acontecer no futuro. Pensamos naquele momento, naquela época, de poder expressar musicalmente, mas fico muito contente que a galera continue gostando deles vinte anos depois, creio que isso seja o maior legado deles.

Muito obrigado pela entrevista. Parabéns pelos ótimos primeiros trabalhos. Nos vemos na estrada, quando houver a possibilidade.
Vinnie:
Muito obrigado pela atenção e pelo espaço. Se hidratem, ouçam o Sacred Legacy, sigam a gente nas redes socais, gravem covers e nos marquem, abracem sua família (de máscaras) e nos vemos no mosh!
Vitor: Agradeço imensamente à oportunidade de poder novamente estar nessa revista tão conceituada que é a ROADIE CREW. E um salve para todos os nossos fãs! Vejo vocês na estrada!

Insta: @tribal_scream_oficial
Facebook: tribal scream
Band Camp: tribalscreamofficial.bandcamp.com

Compartilhe:
Follow by Email
Facebook
Twitter
Youtube
Youtube
Instagram
Whatsapp
LinkedIn
Telegram

MATÉRIAS RELACIONADAS

EXCLUSIVAS

ROADIE CREW #279
Março/Abril

SIGA-NOS

44,2k

57k

17,3k

1k

22,5k

Escute todos os PodCats no

PODCAST

ROADIE SHOP

SIGA-NOS

Cadastre-se em nossa NewsLetter

Receba nossas novidades e promoções no seu e-mail

Copyright 2024 © All rights Reserved. Design by Diego Lopes