O inglês David Readman ganhou fama após ingressar na banda alemã Pink Cream 69, substituindo Andi Deris, que rumou para o Helloween. Desde então, o vocalista vem aumentando sua discografia de forma considerável não só com o PC69, com o qual gravou 9 álbuns completos, 1 EP e 1 álbum ao vivo, mas com o Tank, seus projetos paralelos e a carreira solo, que em breve terá mais um capítulo com o lançamento de Medusa.
Como já faz tempo desde a nossa última conversa, como está sendo morar na Holanda hoje em dia? Mick Tucker, guitarrista do Tank, também está morando por aí, certo?
David Readman: Não estou tão mal nesses tempos sombrios. Espero que estejam bem por aí. Bem, a Holanda foi boa para mim, assim como a Alemanha foi. O cenário musical é muito diferente, mas ainda posso viajar para a Alemanha sem problemas. Bem, no momento é difícil. E, sim, Mick também está aqui na Holanda.
Lembro-me de quando fiz minha primeira entrevista com você e conversamos sobre a possibilidade, então remota, de você lançar um álbum solo. Porém, agora, você está prestes a liberar o segundo, Medusa. Sem ter como compor em ensaios e jams, como gosta, como foi o processo, já que hoje dia a pandemia atrapalha a união de músicos para esse tipo de trabalho?
David: Bem, como você disse, a pandemia tornou as coisas muito difíceis. Entretanto, com as maravilhas da tecnologia fomos capazes de compor em casa e compartilhar arquivos. A internet destruiu o negócio da música, mas agora está nos dando algo em troca. Trabalhei muito próximo de Julien Spreutels (Ethernity), um incrível tecladista da Bélgica. Engraçado, desde o lockdown trabalhamos muito juntos, mas apenas na internet. É estúpido, mas real.
Além dele, o que pode dizer sobre os outros músicos que trabalharam com você para a Medusa? No solo de estreia, lembro que participaram Günter Werno (Vaden Plas), Alex Beyrodt, Uwe Reitenauer, Tommy Denander, Paul Logue entre outros.
David: Para ser honesto, o álbum ainda não foi finalizado, mas não vai demorar. Tenho ainda mais músicos e amigos neste álbum. Para mim também é isso, reunir amigos de diferentes áreas que nunca trabalhariam juntos, como Bodo Schopf (Schenker), da Alemanha; Laki Ragazas (Mystic Prophecy), da Grécia; Alex Jansen (Hardline, da Holanda, entre muitos outros.
E a campanha via gofundme.com para ajudá-lo a gravar e lançar Medusa? Você alcançou os resultados?
David: Sim, acredito que estava em cerca de 3.500 euros no momento e preciso de cerca de 5 mil. Os fãs têm sido ótimos e me deram muito apoio. Eu também uso meu canal no YouTube para divulgar o álbum com vários videologs sobre o que estamos fazendo.
Tivemos, mais recentemente, o lançamento de Locked & Loaded do Voodoo Circle e, novamente, você pôde expressar sua influência de David Coverdale. Como grande fã do Whitesnake, principalmente do álbum 1987, como analisaria a sua performance? A propósito, você participa de um tributo ao Deep Purple, certo?
David: Bem, eu cresci com Coverdale no meu aparelho de som, então para mim estava voltando às minhas raízes. Claro que gosto de me divertir com minha voz e o Sr. Coverdale é um vocalista incrível, sem dúvida! Eu escuto outros cantores, mas é o blues que sempre amei. Sobre meu desempenho, apenas tento complementar o jeito incrível de tocar guitarra de Alex Beyrodt e pronto. Mas, claro, há muitas referências aos bons e velhos tempos.
Em 2019, você lançou o segundo álbum Pendulum of Fortune, Return To Eden, e sua estreia oficial com Tank, em Re-Ignition. Como foi para você regravar alguns clássicos do Tank e também com convidados especiais, como Dani Filth (Cradle of Filth) em Shellshock e Tom Angelripper (Sodom) em Power of the Hunter?
David: Foi minha ideia regravar essas ótimas músicas. Apenas uma pequena sugestão que foi levada adiante e deu certo. Depois, fizemos shows na Austrália, Japão, Finlândia etc. Os bons e velhos tempos… Bem, não faz muito tempo assim (risos). Nós apenas tínhamos que nos envolver, só isso. Também planejamos a América do Sul, mas não deu certo.
Você gravou nove álbuns completos, um EP e um álbum ao vivo com Pink Cream 69. Estão trabalhando em um novo álbum de estúdio? Como foi a resposta para Headstrong (2017)?
David: Ah, sim, com certeza, mas é claro que não está fácil no momento. Tivemos uma ótima resposta ao Headstrong e saímos em turnê com Pretty Maids na Alemanha.
Sua discografia traz trabalhos com Adagio, Andersen / Laine / Readman, Misha Calvin, Missa Mercuria, Delany, Queda Livre de Magnus Karlsson, Rapsódia de Thomas Zwijsen e Luca Turilli. Você tem algum carinho especial por alguém em particular?
David: Gostei muito do projeto que fiz com Magnus, mas com certeza ainda tenho um carinho especial pelo Adagio, porque foi simplesmente um momento incrível. Uma pena que não funcionou para mim no final. Ainda nos falamos às vezes.
Você está envolvido em vários projetos paralelos, mas o que aconteceu com Almanac, junto com o ex-Rage, Victor Smolski?
David: Também uma grande banda, mas simplesmente deu errado para mim. O início foi incrível, mas depois de um ano eu não me divertia mais. Então, era hora de parar!
Você tocou no Brasil duas vezes com o PC69 e iria fazer shows com o Tank, mas foram cancelados. Alguma boa lembrança?
David: Eu amo o Brasil! Nos divertimos muito no Brasil, um país incrível e com pessoas adoráveis. Eu voltarei um dia com certeza!
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