Com o recente anúncio de Steve Morse de que estava deixando o Deep Purple para cuidar de sua esposa Janine, que está em tratamento de câncer, a banda segue em turnê com o novo guitarrista, Simon McBride, que já vinha substituindo o ex-Dixie Dregs desde quando o mesmo ainda estava apenas temporariamente afastado do grupo inglês. Em entrevista recente ao podcast “Scars and Guitars”, McBride falou sobre como tem sido tocar no posto que já pertenceu não apenas a Morse, como também a Richie Blackmore, Tommy Bolin e Joe Satriani e também como os fãs da banda estão lhe recebendo.
“(…) Há muitas pessoas me dizendo ou me perguntando se eu vou tocar como Richie ou como Steve, ou se vou fazer isso (N.R.: o trabalho) como Tommy ou Satriani, ou o que quer que seja. Então, inicialmente essa coisa meio que me confundiu um pouco; Eu não sabia o que fazer. Foi só quando eu estava falando com Don Airey (tecladista do Deep Purple) sobre isso, e ele simplesmente me disse: ‘Esqueça tudo. Seja você mesmo. Toque seu próprio lance. É isso o que eu fiz. E meio que comecei a relaxar um pouco e ser eu mesmo. Quando você começa a pensar em quem mais esteve na banda, você fica um pouco confuso sobre o que tocar ou quando tocar, ou o que fazer ou ‘devo tocar isso como Rithie? ou ‘devo tocar como Steve?’. Todo mundo tem sua própria opinião sobre os guitarristas do Deep Purple e quais trabalharam melhor ou algo assim. Eu sou respeitoso com todos que tocaram na banda, porque eles são todos bons músicos – cada um deles -. Então, seja Ritchie ou Tommy ou Steve, eu meio que respeito o que eles fizeram no passado, e eu só faço minhas próprias coisas a maior parte do tempo. Há certas coisas que você tem que tocar. Como Highway Star, por exemplo, eu não vou tocar nada diferente do que está lá no original, porque diabos tocaria? (risos). Essa é minha atitude. Se não está quebrada, não conserte”.
Antes de entrar no Purple, o irlandês McBride já havia tocado com Ian Gillan e com Airey. E o guitarrista afirma que naquele período aprendeu muito com Don Airey, principalmente com ele tocando as músicas do saudoso Jon Lord, sem alterá-las. “Algumas pessoas dizem, ‘Preciso fazer minhas próprias coisas’. E eu digo: “Bem, me desculpe, mas esses caras passaram muito tempo no estúdio ou onde quer quer que seja, criando essas peças que se encaixam na música. Então, por que eu seria tão arrogante ao ponto de dizer, ‘Vou mudar isso só porque quero tocar meu próprio lance’? Eu sei que, de fato, eu não inventaria nada melhor”.
Em relação a recepção dos fãs quanto a sua entrada na banda, McBride disse: “Para ser honesto, todos têm sido muito legais e tão gentis, especialmente nas mídias sociais, onde tudo tem sido muito positivo. Você recebe a estranha negação, mas, de qualquer maneira, não leio muito. Realmente aprecio que as pessoas estejam gostando do que eu faço, e sinto isso todas as noites no palco. Alguns dos shows que fizemos, algumas das reações do público foram incríveis!”, revelou. “Fizemos um show na Macedônia, saímos (do palco), fizemos um bis e tal… Vinte minutos depois, o público ainda está gritando”, recordou. “Eu nunca tinha ouvido isso na minha vida inteira – 15, 20 minutos de 10 mil pessoas gritando por mais, constantemente, e eles não iriam embora. Mesmo Airey e Roger Glover estavam em choque e disseram: “Não ouvimos isso há muito, muito tempo”. Não estou dizendo que é tudo por mim. Só estou dizendo que é só pela a banda”.
McBride completou, dizendo: “Estou muito feliz que as pessoas gostem do que estou fazendo porque é sempre difícil entrar em uma banda onde você já teve Richie Blackmore, Steve Morse, Joe Satriani e Tommy Bolin (risos). Tenho 43 anos, então cresci nesse método de tocar à moda antiga mesmo. Cresci nos anos 80 e 90, então acho que ainda faço parte dessa geração mais velha, se assim quiser chamá-la. A maneira como eu toco ainda se encaixaria muito bem, enquanto que, talvez, alguns dos novos músicos modernos não se encaixariam. Não sei. A resposta tem sido brilhante. Não posso reclamar de nada. E agradeço a cada pessoa que disse uma coisa boa sobre mim”.
Ouça a entrevista completa de Simon McBride ao “Scars and Guitars”
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