Por Marcelo Gomes
Fotos: Rafael Andrade
Finalmente a capital paulista recebeu o show do Sonata Arctica, marcado inicialmente para 2020 e que foi remarcado algumas vezes por conta da pandemia. São Paulo teve a casa lotada para o show especial de 25 anos de carreira, ocorrido na Audio Club e que teve ainda a participação do Firewing.
Às 20h, o mestre de cerimônias do evento, Marcello Pompeu, o lendário vocalista da banda Korzus, subiu ao palco para anunciar o Firewing, banda de prog metal sinfônico liderada pelo guitarrista Caio Kehyayan e que conta ainda com o Jota Fortinho (vocal), Pablo Guilharducci (baixo) e Victor Miranda (bateria). Durante 40 minutos, a banda apresentou em seu repertório músicas como Obscured Minds, Demons of Society, Time Machine, Last Gast, entre outras que fazem parte do seu trabalho de estreia, Resurrection (2021). O destaque vai para a performance consistente dos talentosos músicos, que, munidos de boas composições, conseguiram ter uma boa recepção do público.
Com a casa tomada, às 21h20, Pompeu mais uma vez sobe ao palco para anunciar o Sonata Arctica. Porém, antes de chamar os finlandeses, ressalta a importância de se comprar o merchandise das bandas para manter a cena e as ações solidárias promovidas pela produtora Honorsounds juntamente com o público que comparece ao show ajudando instituições carentes.
Sob a introdução de Always Look on The Bright Side of Life, de Monty Python, Tony Kakko (vocal), Elias Viljane (guitarra), Pasi Kauppinen (baixo), Tommy Portimo (bateria) e Henrik Klingenber (teclado) surgem no palco esbanjando simpatia. O público estava sedento pela banda; afinal, foram três anos de espera, o que justifica tamanha ansiedade. O set iniciou com The Wolves Die Young, que, embora não seja das mais pesadas da banda, conseguiu empolgar os fãs de primeira. “São Paulo, já são três longos anos de espera, mas finalmente estamos aqui”, disse o vocalista Kakko, que anunciou The Last Amazing Grays. Os fãs responderam bem, com uma grande interação especialmente no refrão.
Com o set list variado, aproveitaram para apresentar algo do trabalho mais recente de estúdio, Talvyo (2019), escolhendo Storm The Armada. “Já contei a história sobre meu primeiro carro”, disse o vocalista se referindo à música Paid In Full, que foi cantada por todos. Acompanhado por palmas, os músicos seguiram com a envolvente Sing In Silence, que tem um belo solo de Elias Viljane – a composição é cheia de climas e tem um refrão marcante. Se até aqui o repertório estava mais soft, nesse momento eles resgataram um som mais antigo, Kingdom For A Heart, para incendiar o público com seu power metal contagiante.
O lado mais prog metal também se fez presente em Caleb, faixa de Unia (2007). Mais uma vez, Kakko faz uma pausa para elogiar os presentes: “Vocês são incríveis!” Ele ainda aproveita para dizer que todos têm um lado animal, podendo ser um lobo, um cachorro, uma baleia, não importa… Todos são bons! Era hora de Closer To An Animal. Um momento inusitado ocorreu ao final da música, quando um fã entregou um presente a Kakko, que aproveitou para assinar um CD em retribuição.
Dando sequência ao show, veio a clássica Black Sheep, de Silence (2001), certamente uma das mais esperadas da noite e que destacou o dueto de guitarra e teclado no meio. Para acalmar um pouco os ânimos, mandaram Broken. Com o punho em riste, Kakko cantou I Have A Right, que critica os abusos psicológicos, um verdadeiro hino dos oprimidos. O show tem várias dinâmicas, Kakko se sentou próximo da bateria enquanto tocaram a bela Tallulah que, entre cantos afinados e gritos histéricos, a casa se transformou num grande karaokê.
O show ia chegando ao fim quando o tecladista Henrik Klingenber começou a clássica Fullmoon. O vocalista então fez um desafio aos fãs e deixou que cantassem sozinhos. A prova foi vencida com louvor, pois os fãs deram um show e transformaram aquele momento numa catarse. A interação chegou ao seu ápice quando os presentes cantaram com todo ânimo o refrão em uníssono. No meio da música, Klingenber, com seu teclado keytar, foi ao centro do palco fazer seu solo, deixando os presentes hipnotizados. Muito aplaudidos, os músicos deixaram o palco para desespero dos fãs, que seguiram gritando pela banda.
Alguns minutos de tensão pela espera e sob os pedidos de Replica, Kakko surgiu sozinho no palco para novamente testar as habilidades vocais dos fãs e fez à capela um trecho da música. Ele parou por ali, mas prometeu que na próxima turnê iriam incluir no set e a banda então mandou The Cage, um empolgante power metal bem na linha do Stratovarius. Antes de encerrar com Don’t Say A Word, Tony disse que a bateria do próximo álbum já está gravada e que o novo trabalho será power metal, com sons rápidos, enfim, um resgate a tudo o que os fãs gostariam de ouvir. Durante esta apresentação, alguns podem ter sentido falta de alguma música no set, mas não há muito o que reclamar, pois o Sonata Arctica fez um show digno para a celebração de 25 anos de estrada.
Firewing – Set list:
01) Obscured Minds
02) Demons of Society
03) Far In Time
04) Time Machine
05) Eternity
06) Tales of Ember & Vishap: How Deep Is Your Heart?
07) Tales of Ember & Vishap: The Meaning of Life
08) Last Gasp
Sonata Arctica – Set list:
01) The Wolves Die Young
02) The Last Amazing Grays
03) Storm the Armada
04) Paid In Full
05) Sing in Silence
06) Kingdom for a Heart
07) Caleb
08) Closer to an Animal
09) Black Sheep
10) Broken
11) I Have a Right
12) Tallulah
13) Fullmoon
14) The Cage
15) Don’t Say a Word
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