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BALLBURYA – ATAXIA [9,0 / 10]

INDEPENDENTE – NAC.

É um prazer, quase terapêutico, para mim estar sempre garimpando em busca de novidades musicais. E, apesar de ainda restarem alguns meses para o término do ano, já posso apontar a Ballburya como uma das grandes revelações de 2024. Formado há apenas quatro anos, o grupo paulistano foi ganhando cancha lançando nos anos seguintes uma série de singles que mostravam maturidade e identidade sonoras, mesmo com a pouca idade dos integrantes. Esse processo de aprimoramento culminou nesse surpreendente álbum de estreia, Ataxia, que reforça a inovação que essa promissora banda traz para a cena musical.

Beneficiado por uma produção de alta qualidade realizada por Douglas Neves no conceituado estúdio Fusão (Shaman, Angra, Kiko Loureiro, Edu Ardanuy), Ataxia ressalta uma banda competente e cheia de atitude. As músicas são um amálgama de influências, ritmos, experimentalismos e atmosferas. Imagine o peso e a variedade de um System of a Down, mas com uma mistura de ritmos regionais brasileiros em algumas faixas, que também incorporam referências da MPB (especialmente no estilo de cantar da vocalista Cath Castro) e elementos da cultura nordestina, ao invés de raízes armênias. E falando em Cath, ela garante um dos maiores diferenciais da Ballburya. Assim como uma flor de lótus embeleza o pântano, seu estilo ‘clean’ de cantar e suas linhas melódicas e amenas adicionam doçura e poesia ao caos instrumental do grupo. Um belo exemplo dessas referências pode ser conferido na faixa Coin Collectors, que transita do frenesi característico do System of a Down e do despojamento da música alternativa à leveza de um xote. Agora, vamos a alguns dos outros destaques do álbum.

  • Leia aqui a entrevista que fizemos com a banda Ballburya

Instrumentalmente, a intrincada e pesada Ripped-off Souls abre o álbum Ataxia revelando os ótimos timbres das guitarras da afiada dupla Mike Stn (responsável pelos ‘male vocals’ da banda) e Bélity Milanesi, além da competência da cozinha formada por Gabriel Carvalho (baixo) e Ruan Cezar, baterista que, logo a 1 minuto de música, começa a mostrar sua versatilidade em estilos fora do rock/metal, inserindo uma tradicional levada de samba com bumbo, shimbal e aro da caixa. Por sua vez, Cath canta uma espécie de mantra semelhante ao que o saudoso Layne Staley fez no início de Sludge Factory do Alice in Chains no Unplugged da MTV. Escolhida apropriadamente como primeiro videoclipe de Ataxia (confira abaixo), Beholder’s Land soa dramática e proporciona um clima cinematográfico e, por que não dizer, circense. Sem me aprofundar em detalhes, outras faixas que se destacam são as pesadas Lich Burn These Walls, Hodophobia (essa com mais uma pitada de samba e algo da MPB e do jazz), a bela Grass Memories Dama da Noite, que, como o título indica, é cantada em português. 

É uma pena que hoje não tenhamos no cenário nacional o apoio que a citada MTV oferecia ao new metal, ao rock alternativo e às bandas que incorporavam ritmos brasileiros em sua música, como Raimundos, Virna Lisi, Mundo Livre S.A., Catapulta, De Falla, Ostheobaldo e outras. Se a emissora ainda estivesse ativa no país e dando espaço para bandas com esse viés sonoro, a Ballburya seria uma potencial candidata a figurar na programação. Não havendo mais MTV, fico na torcida para que, de algum modo, a banda encontre outros meios de alcançar o reconhecimento e a visibilidade que merece.

www.chueri.art
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