Toda posição em uma banda é importante, mas a de vocalista tem um peso especial. Afinal, trata-se de quem fica encarregado de carregar as músicas. Muitas bandas passam anos e anos atrás de alguém perfeito para cantar. E no caso do OPETH, ninguém mais queria essa função, então acabaram com a pessoa perfeita.
Em entrevista à Chaoszine (via Metal Injection), o líder da banda sueca explicou sua jornada como frontman. Um dos vocalistas mais reconhecíveis do estilo, ÅKERFELDT escolheu assumir o microfone principal simplesmente porque alguém precisava ocupar a posição.
Ele disse:
“Não me vejo como cantor – ou guitarrista, pra falar a verdade. Me vejo como… eu sou músico. Eu gosto de compor música. Acho isso divertido. A parte de cantar foi meio que… ninguém mais queria fazer. Calhou que precisou ser eu.”
Apesar da fama e reconhecimento recebidos pelo OPETH ao longo da carreira, ÅKERFELDT ainda é hesitante de se achar bom. Especialmente comparado aos seus ídolos.
Ele afirma:
“Eu não me comparo com meus contemporâneos ou meus ídolos. Especialmente meus ídolos. Eu não falo: ‘Ei, RONNIE JAMES DIO, qual seu truque? O meu é esse e esse. Vou te ensinar’. Esses caras estão em outro nível. Eu sou um vagabundo que deu sorte, sabe?”
O vocalista continuou:
“Todo mundo tem uma voz sua em particular. Eu não tenho treinamento, não sei o que diabos estou fazendo a maior parte do tempo. O último álbum que nós gravamos, eu acho que tentei cantar vocais mais limpos com uma qualidade mais rouca.”
Volta do death metal no OPETH
No início de agosto, o OPETH anunciou um novo álbum – The Last Will and Testament, a ser lançado dia 11 de outubro. Além disso, o público foi pego de surpresa pelo fato do primeiro single do trabalho, “§1” (leia-se “Parágrafo 1”) conter algo há muito não ouvido em trabalhos do grupo: vocais estilo death metal.
Durante a entrevista à Chaoszine, MIKAEL ÅKERFELDT falou sobre a relação particular que tem com esse tipo de performance. Segundo o músico, ele acha mais fácil se escutar cantando death metal do que limpo.
“Com nossos próprios álbuns, eu quero escutar o disco e não perceber que sou eu, por assim dizer. Então gosto de me distanciar da pessoa cantando na gravação. E com vocais death metal isso é bem fácil pois não soo como quando estou falando com você agora.”
O retorno desse tipo de vocais em The Last Will and Testament foi caracterizado por ÅKERFELDT como adequado ao tema. Em entrevista à Metal Hammer, ele contou que se trata de um álbum conceitual sobre uma família em conflito por uma herança. Logo, o estilo de canto pareceu combinar com certos momentos mais tensos da narrativa.
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