A primeira edição do Metal Land, um festival de Rock e Metal no interior de São Paulo, será realizada entre os dias 30 de outubro e 2 de novembro no Hotel Fazenda Vale das Grutas, em Altinópolis/SP. Entre as atrações estão grandes nomes do Metal brasileiro respeitados no mundo inteiro, como Sepultura, Krisiun e Andre Matos. O versátil e extenso cast também apresenta grupos pioneiros como Centúrias, Necromancia e Excuter, outros mais recentes como Voodoopriest, Krow, Furia Inc., King Of Bones, Dirty Glory, Armahda e o ex-Judas Priest, Tim “Ripper” Owens como atração internacional. A seguir, a idealizadora Vera Kikuti conta mais sobre a ideia de criar o evento.
Como surgiu a ideia de organizar um festival no interior de São Paulo?
Vera Kikuti: Acho que o amor pelos festivais de música nasceu quando eu era bem jovem, quando fui a duas edições do festival de Águas Claras, pois foram experiências muito marcantes pra mim. Trabalhando como jornalista, tive a oportunidade de assistir a muitos shows e depois comecei a trabalhar como agente para bandas de Metal e, nos últimos quatro anos, venho trabalhando para o Andre Matos, agendando os shows e viajando como produtora. Conheci vários festivais por todo o Brasil, como o ‘Rock in Rio 2013’, ‘Porão do Rock’ em Brasília, ‘Abril Pro Rock’ em Recife e o ‘Roça ‘n’ Roll’ em Varginha. Enfim, venho vivendo nesse mundo de show de Tock faz um tempo, e ficava inconformada que não tínhamos um festival de Metal ‘open air’ no estado de São Paulo. Decidi então montar um projeto para produzir um festival nesse formato e comecei a pesquisar possíveis locais.
Como chegou ao o Hotel Fazenda Vale das Grutas, em Altinópolis, como o local ideal para a realização do evento?
Vera: No final do ano passado, visitei o Hotel Fazenda Vale das Grutas e me encantei com o local. É um lugar muito bonito e que já conta com uma boa estrutura para eventos, pois lá acontece há 25 anos o Forró da Lua Cheia, um festival de MPB, e o Soulvision, de música eletrônica. O Edgard, proprietário do hotel fazenda, gostou da ideia de fazer um festival de Metal e assim começou nossa parceria. Porém, por causa da crise, ele ficava receoso e pensava em desistir do nosso projeto. No final de abril, o Andre Matos tinha um show no Sesc Ribeirão Preto, e não desperdiçando a oportunidade, convidei o Edgard para ele conhecer um pouco o que é um show de Metal. Lá, ele ficou super impressionado com a qualidade das músicas, a performance da banda e a energia do público. Naquela noite, o Edgard se tornou fã do Andre Matos e decidiu fazer o festival.
Vera: São quatro dias, mas os show acontecem somente sexta, sábado e domingo. Com certeza isso gera uma logística maior, mas estamos preparados para oferecer um grande festival aos headbangers.
Como se deu a escolha das bandas para preenchimento dos quatro dias?
Vera: O Andre Matos, é claro, foi a primeira banda escolhida. O Sepultura foi logo a segunda escolhida e mesmo porque não podia faltar, por ser a maior banda de Metal brasileira e estar fazendo neste ano comemorando 30 anos de carreira. As outras bandas foram escolhidas de acordo com o estilo, cidade de origem e outros critérios. Vamos ter dois palcos no festival, o principal será o Palco Dio e o secundário é o Palco Dimebag. O festival começa na sexta (30/10) com bandas do interior de São Paulo e Minas Gerais. Vai rolar Uganga, Necrofobia, Funeratus e Circle of Infinity. No sábado (31/10), no Palco Dio vai ter Sepultura, Krisiun, Claustrofobia, Necromancia e Voodoopriest. As bandas Centúrias, King of Bones, Armahda e Dirty Glory se apresentam no Palco Dimebag. No domingo (1/11), Executer, Krow e Furia Inc. tocam no Palco Dimebag enquanto Andre Matos, Matanza, Tim Ripper Owens, Tuatha de Danann e Soulspell se apresentam no Palco Dio. Estamos fazendo também um concurso de bandas, em que doze bandas autorais terão a oportunidade de se apresentar.
Além dos shows, o que mais o Metal Land irá oferecer os fãs como entretenimento?
Vera: O Metal Land não é apenas um festival com um line-up matador, ele tem outros diferenciais. O Hotel Fazenda Vale das Grutas é um local maravilhoso, com pássaros de várias espécies e muitas árvores e, por ficar em um local alto, tem uma paisagem linda. É um convite também ao contato com a natureza. O hotel fazenda tem chalés e uma enorme área de camping com árvores e muita sombra, além de piscina, quadra poliesportiva, campo de futebol, salão de jogos e muitos outros atrativos. No local tem animais da fazenda, lago, bosque e um restaurante onde é servida uma deliciosa comida estilo caipira no forno à lenha. No festival vai ter barracas de bebida e comida de diversos tipos, como sanduíches, pastéis, churrasquinho, sopas, yakissoba, salgados e doces. A ideia do Metal Land é você ficar num lugar f***, ouvindo boas bandas de Metal, curtindo quatro dias com outros headbangers, fazendo novas amizades, enfim, tendo experiência de viver na ‘Terra do Metal’.
Dado o histórico recente de festivais pelo país que deram errado, o que o Metal Land tem feito para passar confiança aos fãs?
Vera: Acho que esses festivais tiveram lineups fantásticos porém fora da realidade, enquanto o lineup do Metal Land é bem ‘pé no chão’. Por causa da alta do dólar, só vamos ter o Tim Ripper Owens de artista internacional, e acompanhado por músicos brasileiros. Não estamos fazendo nada específico para passar confiança aos fãs. Tenho que aceitar que essa confiança não será adquirida de um dia para outro, mas ano após ano, com um trabalho sério e bem feito.
Como as pessoas podem comprar os ingressos?
Vera: Os ingressos estão à venda online pela Ingresso Já e Ticket Brasil. Tem também vários pontos de venda de ingresso físico em várias cidades. Todas as informações sobre ingressos e pontos de venda estão em www.metallandfestival.com.br.
Parabéns pela iniciativa. Sua palavra final.
Vera: Nós é que agradecemos pelo apoio da ROADIE CREW e de todos os outros parceiros e bandas que estão acreditando no Metal Land Festival. Estamos vivendo uma fase econômica difícil, porém, acredito que este é o momento de nos unirmos. As bandas e as pessoas do mercado têm que reconhecer que precisamos uns dos outros para sobreviver, que temos de ter jogo de cintura e criatividade, e não podemos parar de acreditar e de investir. E o headbanger brasileiro tem que se conscientizar de que cada um tem que fazer a sua parte. O público tem que entender que o apoio financeiro às bandas, indo aos shows e comprando camiseta e disco, e não só as curtidas ou views, é o que fará o nosso cenário crescer. Na Europa e nos Estados Unidos, o headbanger sabe que, comprando o ingresso e algum produto da banda, ele está fazendo a sua parte para que o cenário como um todo continue existindo. Por isso é que lá existem tantas bandas, shows e festivais. O metal movimenta muito dinheiro e por isso é considerado um estilo musical importante em países como Alemanha, Suécia e Finlândia. Eu acredito na conscientização. Hoje, as pessoas são mais conscientes da necessidade de reciclar, de fazer exercícios físicos, de cuidar da alimentação, etc. Então, eu acredito que o público do Metal irá se conscientizar de seu papel também. Espero que todos nós, bandas, fãs e pessoas do mercado, que formamos o cenário do Rock e Metal brasileiro, possamos nos unir, nos conscientizar e sair dessa crise vitoriosos e mais fortes.
Informações em www.metallandfestival.com.br