Radicado em Los Angeles, TADINI apresenta primeiro álbum, “Collective Delusion”

Um dos movimentos audaciosos que um artista pode fazer durante uma pandemia é lançar um disco, mas não só um disco, como uma carreira solo. É isso, que o brasileiro radicado em Los Angeles (Califórnia, EUA), Tadini está fazendo com o lançamento de “Collective Delusion”, seu primeiro álbum solo.

“Lançar meu primeiro disco durante esse momento é algo indescritível. Apesar de seguir com o cronograma dos lançamentos (o disco foi finalizado antes da pandemia) e ter mais tempo pra me dedicar mais às estratégias de lançamento, o fato de não poder tocar ao vivo é desesperador e também prejudica muito a promoção do álbum, já que creio que os shows são o que eu posso oferecer de melhor em termos de produto”, conta Tadini.

O disco tem 9 canções todas escritas, gravadas, arranjadas e produzidas por Lucas Tadini e tratam de assuntos que lhe são muito caros, como saúde mental, abraçar o novo, críticas à cultura estadunidense, religião. Tadini não tem medo de colocar o dedo na ferida e o próprio nome do disco já revela um pouco do que ele pensa e reflete sobre o momento desse “delírio coletivo” que ressoam nos novos tempos.

Em “El Captain”, por exemplo, ele faz uma crítica contundente contra o imperialismo, neocolonialismo, hipocrisia e genocídio que ocorreram e ocorrem nos EUA. “A música narra o ponto de vista de alguém que teve a vida destruída por essa cultura. O nome da música é inspirado na montanha de mesmo nome em Yosemite, e é uma alusão à tomada da Califórnia durante a intervenção dos EUA no México, que é um dos motivos pelos quais as coisas na Califórnia tem os nomes em espanhol. Depois de expulsar os mexicanos e dizimarem os índios, só sobram os nomes”, explica Tadini.

Já em “Over The Rhone”, quinta música do álbum inspirada no quadro “Starry Night Over The Rhone”, de Van Gogh, Tadini fala como é comum perder a cabeça de vez quando e se libertar da própria sanidade. Van Gogh da genialidade e da mente conturbada, tinha a uma capacidade extraordinária de enxergar o mundo de outra forma. Na música que fecha o álbum “Backlands”, Tadini pega como inspiração o livro “Grande Sertão: Veredas” de Guimarães Rosa e faz uma homenagem à família de origem ítalo nordestina.

E faz todo sentido, o jovem de apenas 24 anos trazer esta homenagem ao disco, já que sua família é grande influenciadora de sua carreira na música. Após o falecimento de sua avó, o presente que ela deixou foi um piano de cauda, que embora ele não tenha dado muita bola no começo, hoje é seu instrumento principal. Ele também toca todo tipo de instrumento de corda, além da guitarra, que usa mais para ajudar nas composições, bem como órgão, sintetizadores e mais. Tadini é formado em música na Berklee College of Music (2015) – umas das melhores universidades de música do mundo – e além do português, fala inglês, espanhol, italiano e mandarim.

Para além do rock no mais importante estúdio do mundo, Abbey Road

Na primeira audição, “Colective Delusion” pode ser considerado um disco essencialmente de rock, porém o álbum é um conjunto das variadas influências de seu criador. O blues, jazz, o pop, soul, folk e country estão presentes. Uma música que se destaca inclusive por estar fora desse padrão do rock como se conhece, é “Bastet”, inspirada na deusa egípcia da proteção, arte, guerra, fertilidade e uma homenagem ao seu gato Lúcifer, que tem influências da música do Oriente Médio, com elementos indianos e centro-africanos como a cítara, as diversas percussões e instrumentos de sopro. Por isso, Tadini cita artistas que ao longo de sua carreira embora tivessem em seu cerne o rock se renovaram durante a carreira.

“Eu me considero um artista eclético e não gostaria de ser associado a um gênero durante toda a minha vida. Penso que as minhas principais influências também foram por esse caminho. Posso citar Milton Nascimento, Os Mutantes, Pink Floyd, The Beatles, Hendrix, Janis Joplin e Led Zeppelin como artistas extremamente ecléticos e que bebiam de diversas fontes. Como alguém que ouve de tudo (rock é só uma pequena porcentagem do que ouço), eu gosto de misturar e combinar todas essas influências, do flamenco ao jazz, do samba ao fado. Meu objetivo não é fazer rock, é fazer música”, sela Tadini.

Quando cita artistas mais contemporâneos é mais fácil enxergar a diversidade: Rival Sons, Jack White, Rosalía, Billie Eilish, Lady Gaga, Jamie Cullum, Liniker, O Terno, Céu, são alguns dos sons que ele admira.

O disco foi gravado entre Los Angeles, Toronto, São Paulo e Portugal e Tadini trabalhou sozinho nas letras, arranjos, foi o engenheiro de som dividindo a responsabilidade apenas com Ivan Rivera (Porto Rico) e foi o responsável pela produção de “Collective Delsuion“. O álbum conta com os músicos Lucas Tadini (vocais e teclados), Vinicius Cavalieri (guitarras, dobro e baixo) e Pepe Hidalgo Ramos (bateria), na banda principal e os convidados em várias faixas são: Pedro Zappa (baixo), Gabriel Prado (baixo acústico), Alberto Menezes (baixo e guitarra), Dennis D’Angelo (guitarra), Marina Maiztegui (vocais), Claudio Magrassi (guitarra) e Pedro Asfora (guitarra).

O álbum foi mixado por John Netti (Rival Sons, Buddy Guy), em Nashville (Tennessee, EUA) e masterizado por Sean Magee no importante Abbey Road em Londres (Inglaterra).

“O Abbey Road é um dos meus lugares preferidos no mundo para trabalhar, e como estava em Londres na época, nem sequer cogitei outra opção. É muito especial ter uma parte do meu álbum feita no estúdio mais importante do mundo, por onde passaram os Beatles (minha banda preferida) e tantos outros artistas que admiro. Londres também é minha cidade favorita, então é sempre bom poder fazer música por lá”, relata Tadini.

Capa de “Collective Delusion”

“Collective Delusion” pode ser ouvido em todas as plataformas digitais.

Redes sociais

Site oficial: https://www.lucastadini.com/

Facebook: https://www.facebook.com/tadini/

Instagram: https://www.instagram.com/_tadini_/

Youtube: https://www.youtube.com/channel/UChIMci_2T6GFL9jkhxm3IIA?view_as=subscriber

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