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ANCIENT MACHINE: DISTANCE BETWEEN US [8,5/10]

Se te disserem que o grupo Ancient Machine é canadense, não se engane. Isso é meramente pelo fato de Emerson Tanaka (baixo) e Kiko Dittert (guitarra) morarem em Vancouver. Mas eles e o vocalista Thales Maciel são brasileiros. Detalhes geográficos a parte, o que importa mesmo é que o trio faz um muito competente mix de hard rockAOR e melodic rock. Essa é a certeza ao escutar Distance Between Us, sucessor do trabalho de estreia, que ganhou o nome da banda em 2021.

Antes de ouvir as 11 faixas permita-se alucinar com a espetacular capa do álbum. É mais uma obra-prima de Aurélio Lara (Tentáculo, Lifeforce, Ampeth, Dosoro, entre outros). A impressionante arte é diretamente ligada à faixa-título, que em determinado ponto destaca: “somos como ilhas no mar”. E, como explica a banda, cada um de nós é um indivíduo, mas ao mesmo tempo somos todos conectados.

Depois de alimentar sua visão com uma das mais belas capas surgidas ultimamente no mundo da música pesada, prepare os ouvidos. Não se deixe enganar pelo carro que aparentemente não vai funcionar (quando o som rolar você vai entender o trocadilho da frase anterior). O motor engrena e Born To Run te leva para a sempre agradável estrada do hard rock.

A estrada continua agora com velocidade menor – mas muito agradável – com Mask Of Fate e uma bela mensagem de persistência, de enfrentamento à solidão, à depressão, aos momentos difíceis. Mas, quem ouvir prestando atenção à parte lírica, certamente terá outras interpretações válidas.

Se é AOR ou hard rock não há como evitar uma balada, certo? Então tenha certeza: Separate Ways faz doer até os cotovelos mais resistentes. Pô, Tanaka! Na próxima, favor não jogar tanto a verdade na cara de quem erra na parte sentimental.

Assim que inicia a faixa título, Maciel faz a saudade de Andre Matos aumentar. Em vários momentos você parece estar ouvindo o saudoso maestro. Timbre e interpretação semelhantes viram uma homenagem não programada, que valoriza muito Ancient Machine. E for falar em influências, o grupo não é daqueles que procura seguir à risca um ou dois artistas em específico. Eles seguem os padrões dos estilos que citei lá no primeiro parágrafo, mas com a determinação de estabelecer o próprio caminho.

Cito ainda It´s To LateTime Wasted e Cross The Line entre as melhores do álbum. Faixas que me fazem acreditar ainda mais que bandas brasileiras de hard rock também podem ser referências mundiais como fazem muitos grupos nacionais de metal extremo.

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