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SAGRADO INFERNO – A lendária família mineira do metal

Sepultura, Overdose, Mutilator, Witchhammer, Sarcófago, Chakal… Não existe uma banda oitentista do cenário mineiro que não tenha sido influenciada pelo Sagrado Inferno, que, naqueles tempos, era formado Dilsinho (guitarra), Marquinhos (baixo), Silvinho (guitarra), Rogério (vocal) e Ronaldo (batera) e só havia registrado uma demo, em 1984. Porém, a morte de Silvinho, em um trágico acidente, em meados de 1987, interrompeu a história dessa instituição do metal nacional. Passaram-se décadas, e o Sagrado renasceu, agora como trio. Marquinhos deixou o baixo para assumir a bateria e, ao lado dos filhos Markin’ (voz e guitarra) e Lucas (baixo), mantém vivo o legado do grupo. A regravação da clássica demo, sob o formato EP, batizado de Sagrado Inferno, em 2016, foi um aperitivo para o primeiro álbum, Bíblia do Diabo, a ser lançado em julho deste ano, via Cogumelo Records. Confira nas palavras da família do metal mineiro um pouco mais sobre o retorno dessa lenda sagrada.

Primeiramente, queria abordar o óbvio. Depois de décadas, o sonho de gravar o primeiro full-length vai virar realidade. Creio que isso seja uma vitória do Sagrado Inferno e, pegando um sentido mais amplo, uma vitória do underground, certo?

Marquinhos: Certamente. Infelizmente a trajetória do Sagrado Inferno, nos primórdios dos anos 80, devido ao trágico acidente envolvendo o grande guitarrista Silvinho, foi muito curta. Mas o desejo de lançar o primeiro álbum nunca foi esquecido, inclusive em homenagem ao próprio Silvinho. Acreditamos que é uma vitória para nós este lançamento e também para todo o movimento que o Sagrado Inferno inspirou naqueles tempos e que hoje nos inspira a fazer o que fazemos.

Lucas: Alcançar este lançamento, sem dúvida, é imensamente satisfatório para a banda, e esperamos muitos outros lançamentos pela frente, com a oportunidade de estar contribuindo com a escola do metal nacional em Belo Horizonte, que é reconhecida mundialmente.

O Sagrado Inferno se tornou um nome cultuado no cenário mineiro por ter sido pioneiro, mesmo não tendo lançado um disco oficial desde sua fundação. Só que o renascimento do grupo veio com uma versão atualizada da demo, como trio em 2016. Como foi a repercussão de gravar o EP de 2016?

Markin’: A regravação das três músicas da única fonte física produzida pelo Sagrado Inferno, de uma demo de 1984, foi uma tentativa de imortalizar esses hinos da história metal para que nunca fossem esquecidos. Foi o primeiro grande passo para concretizarmos o retorno da banda, agora como uma família, com o objetivo de levar adiante um nome tão pesado para história do metal, que jamais poderia ser esquecido.

Lucas: Mesmo com a imensa responsabilidade, o sangue do Sagrado Inferno corre em nossas veias, não poderíamos simplesmente deixar com que a banda fosse esquecida no tempo. Contando com a influência e o incentivo de nossos amigos da banda Witchhammer, que sempre fizeram questão de lembrar o nome do Sagrado Inferno, realizamos esse projeto, mesmo sem muita experiência, mas com muito prazer e honra para que o Sagrado pudesse renascer das cinzas e continuar o seu legado.

A banda voltou como um trio para a gravação do EP, com Marquinhos e os filhos Markin’ e Lucas. O que significa para vocês colocarem essa máquina de volta tendo a família como sua engrenagem?

Marquinhos: Para nós é muito gratificante e, de certa forma, facilita muito a vida de uma banda. Não é todo dia que se toca metal pesado entre pais e filhos.

Markin’: Crescemos em meio a esse movimento. Desde criança íamos em ensaios do Witchhammer, ouvíamos as histórias do Sagrado Inferno e as músicas clássicas da banda. Sempre gostamos muito de metal e sempre foi nosso sonho continuar o legado do nosso pai e nosso tio (Dilsinho) com essa grande banda!

Lucas: Acreditamos que, para nós, o Sagrado Inferno nunca ficou adormecido, sempre esteve evoluindo em nosso sangue, esperando o momento certo de reaparecer para continuar sua história no metal nacional.

Marquinhos: Poder fazer o que sempre gostei de fazer em conjunto com meus dois filhos é muito massa! A sintonia que possuímos quando fazemos um som é foda! Podemos passar meses sem ensaiar, mas quando nos juntamos sempre sai coisa boa e pesada. Acredito que as influências também foram muito importantes para essa formação metaleira. Sempre ouvimos coisas boas e sons pesados. Sempre soube que um dia ia retornar aos palcos. E, de agora em diante, acompanhado de minhas crias, a dedicação é total para que possamos produzir muita coisa boa e contribuir positivamente para um movimento, que pode até ter tido uma recaída, mas que tenho certeza que vai se erguer novamente. BH sempre será a capital do metal nacional!

O regresso do Sagrado Inferno será coroado com o primeiro disco, Bíblia do Diabo, a ser lançado em julho. O que podem nos adiantar a respeito dele?

Markin’: Cara, é com imensa satisfação que apresentamos este álbum. Poderíamos falar horas e mais horas sobre esse lançamento, sobre o quão importante ele é para nós, devido a nossa dedicação e nosso esforço, fazendo o que realmente gostamos, sem medo de padrões, rótulos ou títulos. É um som simples e que realmente nos faz acreditar novamente no Sagrado Inferno.

Marquinhos: Claro que com o passar dos anos as coisas mudaram, e as influências são outras. No entanto, acreditamos que a essência lá de trás, dos primórdios do metal, está presente nele. Então deixaremos para vocês o ar da surpresa para que possam ouvir e tirar suas conclusões. O que podemos dizer é que foi um trabalho feito com dedicação e simplicidade, sem preocupações e que demonstra exatamente o que realmente gostamos de ouvir e tocar. É sombrio, pesado e com aquele toque oitentista. Nosso maior objetivo é realmente fazer com o que o legado do Sagrado Inferno possa continuar e seja duradouro com outros lançamentos futuros e com muita coisa doida pela frente!

E já existem propostas para shows, certo?

Lucas: Sim, já tivemos propostas, porém, estávamos concentrados para este lançamento e não seguimos adiante. A verdade é que estamos preparando grandes shows para este lançamento, e esperamos receber outras propostas para podermos tocar até mesmo fora do Brasil.

Markin’: O metal mineiro é muito reconhecido mundialmente, sempre há procura por bandas daqui para grandes shows no exterior, o que é muito bom. Dessa forma, podemos levar a escola do metal mineiro para fora das fronteiras e atrair novos ouvintes e fãs para curtirem nosso som e das demais bandas fodas que aqui existem. Acompanhem nossas redes sociais e meios de comunicação e aguardem as novidades!

Marquinhos, você deixou o baixo para assumir a bateria. Como foi esse processo para você? E você, como multi-instrumentista, deu algumas aulas e dicas a seus filhos? Como se deu o interesse deles não apenas pela obra do pai, mas também de querer fazer parte do Sagrado Inferno?

Marquinhos: Bom, baixo e batera sempre tiveram uma relação muito próxima na banda, e sempre tive muito gosto em tocar nos intervalos de ensaios e em outros momentos. Para mim não foi difícil essa transição. Só espero ter energia para acompanhar os meninos por mais alguns anos. Sobre as dicas e aulas, isso veio ocorrendo com o passar dos anos. Sempre que nos encontramos, as ideias fluem de forma muito positiva. São as vantagens de sermos uma banda família. Cara, costumo dizer que esses meninos tiveram contato com coisas boas já na barriga da mãe. Desde de muito pequenos já tinham o interesse por um som mais alternativo, diferente das crianças da época. Então não foi difícil despertar o desejo em continuar a saga do Sagrado, e é isso que estamos fazendo.

E de que forma vocês comparariam esse trabalho em relação aos primórdios do grupo? Pergunto sobretudo na questão dos vocais, agora mais agressivos, ao meu ver.

Marquinhos: Bom, quando o Sagrado Inferno surgiu, no início dos anos 80, outras influências foram nossos pilares para a fundação da banda. Ao longo de todos esses anos, muitas novas escolas foram surgindo assim como novas influências, inclusive do próprio Sepultura, que na época surgiu influenciado pelo Sagrado Inferno e hoje, por ironia do destino, no inspira, devido à sua grande história e ao som foda que os caras fizeram! Portanto, a mudança se deve às influências que foram surgindo ao longo desses anos, mas acreditamos que a essência daquele metal dos anos 80 continua viva entre nós e correndo em nossas veias. Quando retornamos e regravamos o EP com os vocais desta forma e o som um pouco mais agressivo, gostamos bastante do resultado. Por esse motivo decidimos por manter o som assim.

O Sagrado é pioneiro numa cena que tem de volta ao front The Mist, Overdose, Mutilator, dentre outros. Qual o sentimento de você, Marquinhos, com relação a esses gigantes estarem de volta?

Marquinhos: Bom, meu amigo, é aquela coisa de que a história se repete. Para nós é muito massa isso, ver grandes nomes do metal que fizeram história nos anos 80 retornando aos palcos novamente após nosso retorno. Como influenciamos o surgimento dessas escolas do metal na época, é gratificante saber que influenciamos no retorno desses nomes na atualidade para os palcos. E é como eu disse anteriormente, o metal mineiro pode ter tido uma recaída nos últimos anos, mas acredito que esteja voltando com tudo!

Lucas: Novos tempos virão, os grandes nomes do metal estarão de volta, influenciando novos nomes, e o legado do metal mineiro voltará a ser reconhecido mundialmente. Esperamos muito que isso aconteça.

Markin’: Para nós, amantes desse tipo de som, será uma grande honra fazer parte da nova era deste movimento, trazendo conosco a essência lá do surgimento dele, para contribuir com seu fortalecimento.

Para completar, cada integrante mora numa cidade: Marquinhos em Santa Bárbara, Markin’ em Belo Horizonte, e Lucas em São João Del Rei. Como é o desafio de morarem longe um do outro para ensaiar e gravar? As reuniões de família resultam em boas doses de metal, certo?

Marquinhos: Pois é, nem sempre tudo é perfeito, mas quando nos encontramos para ensaiar e tirar um som sai coisa doida. O metal realmente está em nossas veias, em nosso sangue. Podemos passar muito tempo sem nos encontrar que todo encontro é recheado de metal pesado. É uma sintonia muito forte. Sempre quando reunimos, fazemos músicas novas e discutimos projetos novos.

Markin’: Toda reunião familiar é uma reunião da banda, então sempre estamos envolvidos com os projetos e fazendo um som. Muitas vezes nos encontramos para ensaiar em Belo Horizonte, no estúdio do Manfredo, da banda Colt.45, que acabou se tornando um grande amigo e que está sempre nos influenciando para continuarmos o legado da banda, produzir novos materiais e a seguir em frente nesse projeto que esperamos que seja longo e duradouro.

 

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