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FLAGELADÖR: CULTUANDO O THRASH/SPEED METAL OITENTISTA

Com quase 25 anos de experiência, colosso do speed metal retorna com seu quinto álbum, "Culto aos Decibéis"

Por Daniel Agapito

É inegável que nos últimos anos têm acontecido uma grande renascença do tão amado thrash e speed metal original, com a sonoridade e estética visual completa dos anos 80. Um dos pilares deste movimento, uma das primeiras bandas a trazer tudo isso de volta à luz certamente é o Flageladör. Formada no começo do século, a banda carioca já lançou diversos álbuns e trocou de formação algumas vezes, porém sempre houve um músico que permaneceu independente do que acontecesse: Armandö Macedö, o Exekutor – como é conhecido pelos fãs. A ROADIE CREW conversou com o idealizador da banda para dissecar e analisar seu novo álbum, Culto aos Decibéis.

 

Contando com quase 25 anos de carreira, como você descreve a evolução sonora do Flageladör? E a cena underground?
Armandö Macedö
: Em primeiro lugar, muito obrigado pelo espaço cedido. Num primeiro momento, a minha intenção era seguir uma linha mais tradicional dentro do thrash metal, usando de influências como Slayer, Destruction, entre outras. Com o passar do tempo e adquirindo maior maturidade musical, eu comecei a incluir mais elementos como os solos melódicos, com influência direta de Judas Priest e Iron Maiden, assim acabei encontrando, por assim dizer, o meu som característico para o Flageladör. Quanto a evolução, tanto para a banda quanto para a cena em geral, um dos fatores que ajudou foi a democratização dos equipamentos de gravação, e a possibilidade de músicos como eu adquirirem instrumentos melhores e ‘know-how’ dentro do estúdio, o que possibilitou que bandas menores conseguissem aperfeiçoar sua própria técnica e explorar opções sonoras por conta própria.

Agora existe uma vasta gama de bandas querendo resgatar os melhores aspectos do metal mais tradicional, seja do início do black metal, assim como vocês, seja o início do thrash/death ou até os diversos grupos que emulam a sonoridade heavy/speed. Sendo um dos primeiros grandes grupos no Brasil a fazer parte deste cenário descrito, você diria que existe alguma razão para essa volta às origens em massa?
Armandö: Respondendo apenas por mim, quando eu comecei a ouvir metal, no início dos anos 90, o que havia de referência era o metal clássico dos anos 70/80, eu cresci ouvindo a fase de ouro de Judas/Iron, os clássicos do Slayer, Dorsal Atlântica no auge, Sepultura ganhando o mundo, então isso era o que eu tinha de referência sonora (e que são bandas que eu ouço até hoje de forma regular, no dia a dia). Para mim nem soa como um “resgate”, pois sempre foi algo natural, era o que eu sempre ouvia.

Foto: Dani Moreira

No seu caso, o que inspirou a sonoridade?
Armandö: Quando eu comecei a misturar o thrash clássico com os solos melódicos de heavy tradicional, eu procurava uma sonoridade quase de forma inconsciente, ia criando e soava bem, então explorava mais esses elementos em particular, porém ainda tentando entender o que eu buscava. Em determinado momento, eu li um livro do Nietzsche chamado O Nascimento da Tragédia e ali eu achei em palavras uma definição que me ajudou a entender aquilo que eu procurava de forma abstrata: a união do Apolônio (melodia, beleza…) com o Dionisíaco (fúria, loucura…) na arte. Era exatamente o que eu pretendia! A partir de então, noventa por cento das novas músicas que eu compunha tinha alguma parte melódica marcante no meio da desgraça sonora, comecei a criar de forma consciente, já explorando esse conceito.

Seu terceiro LP, Assalto da Motosserra, foi lançado em novembro de 2014, completando, então, 10 anos este ano. Podemos esperar algo especial relacionado ao disco?
Armandö: Este é um álbum muito especial para a banda, com certeza faremos algo para celebrar esse disco! Em breve anunciaremos novidades em relação a ele.

Em relação ao novo álbum, na capa podemos ver você atrás de um amplificador Marshall, com um chicote de aço em mãos, claramente ‘cultuando aos decibéis’. Qual a simbologia por trás do chicote? Além disso, de onde veio a inspiração para o nome?
Armandö: (risos) Na verdade, não se trata de um chicote, é um cabo de guitarra saindo do amplificador e entrando direto na minha veia. Esse álbum é uma celebração ao heavy metal, tentei explorar em algumas músicas esse tema, do amor que todos nutrimos por esse estilo de vida tão singular e especial. Uma forma de reafirmamos ao que viemos, ao mundo ao qual pertencemos, de bater no peito e dizer que, sim, nos orgulhamos das bandas que ouvimos, das camisas que vestimos, das bandas que estão tatuadas na nossa pele. Daí vem a inspiração, com “decibéis” servindo de forma abstrata para representar o som pesado, no volume máximo.


Anjo Exterminador retrata uma cena de morte em massa nas mãos de um anjo, com terror nos olhos de todos, que subsequentemente são mandados ao inferno. Qual a história por trás da letra? Teria algo a ver com a clássica Angel of Death do Slayer ou é só mera coincidência?
Armandö: Essa é uma música de 2009, inicialmente ela entraria no álbum Obcecado Por Sangue, mas acabamos gravando uma versão que na época foi utilizada em um split e deixamos ela de fora do álbum. Mas sempre esteve presente nos shows, e achamos que era um bom momento para fazermos uma versão definitiva, e ela acabou entrando no disco novo. Quanto a letra, a minha intenção era criar uma história de terror, voltada para essa ideia de apocalipse e tal… Já a letra do Slayer entra num contexto mais histórico, sobre os campos de concentração na Alemanha nazista e as experiências horrendas que os médicos faziam com as vítimas nesses campos.

Estigiofobia é definido como o medo irracional de ser enviado ao inferno. Na faixa de mesmo título, podemos enxergar críticas a este mesmo conceito. Poderia elaborar um pouco mais profundamente qual o tema abordado nesta que é a sétima faixa do álbum?
Armandö: Ela fala sobre a forma como os mercadores da fé se utilizam do “medo de ir para o inferno” para dominar as massas com o pânico religioso. Deixam as pessoas em torpor de tal modo que as conseguem controlar. Estigiofobia foi a segunda música que lançamos na Internet para divulgar o álbum novo, mas já estamos tocando ela regularmente nos shows, e a recepção tem sido excelente! Quem tiver interesse de conhecer, já tem um clipe lançado para ela sendo divulgado nas redes.

Vocês já dividiram palco com grandes nomes do metal mundial como Mayhem (NOR), Exciter (CAN) e Onslaught (ENG). Como foi tocar ao lado de nomes tão importantes para a cena do metal?
Armandö: Para nós é sempre algo muito importante tocar ao lado de alguns dos nossos ídolos, além de que nessas ocasiões conseguimos também divulgar a nossa música para uma audiência maior, então é sempre importante. Eu sempre tento manter uma distância saudável, para não quebrar a aura que existe em relação a algumas bandas, mas já tive experiências incríveis ao lado de alguns ídolos – bem como experiências não tão legais que acabam minando um pouco o respeito que tínhamos anteriormente por alguns deles. De todo modo, é sempre importante para termos contato também com a forma como esses shows são feitos, profissionalismo, jeito de se portar no palco, etc.

Vendo que vocês têm uma extensa turnê na Europa pela frente, passando por cinco países, quais são os maiores desafios para uma banda brasileira underground fazer uma turnê como essa? O que os fãs europeus podem esperar da experiência ao vivo do Flageladör?
Armandö: Ano passado nós fomos com outra banda nossa (composta por 3/4 do Flageladör), chamada Gravedäncer, e na ocasião estávamos lançando nosso álbum de estreia. Agora estamos indo com o Flageladör, numa situação onde a banda já tem 24 anos de história, cinco discos lançados, vários splits espalhados pelo mundo, e as duas realidades não são muito diferentes não: o trabalho duro é o mesmo, os custos são parecidos… A grande diferença é que chegaremos já com um nome maior, mais gente conhece a banda, então estamos extremamente empolgados para que chegue logo. E somos experientes, somos uma banda de estrada, acostumada com isso, estamos prontos pra subirmos ao palco e destruir tudo.

Onde você vê o Flageladör nos próximos dez anos? Em um futuro próximo, o que visa atingir?
Armandö: Nós já temos planejamento da banda até 2030, pelo menos. Como eu disse, somos uma banda de estrada, acostamos a trabalhar pesado e com foco, no próximo ano faremos 25 anos de banda e pretendemos celebrar com todos vocês. Nos anos seguintes, teremos muita celebração ao heavy metal!

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